ECONOMIA

Aumenta intenção de consumo das famílias de Campo Grande

Pesquisa é realizada todos os meses com base em sete perguntas a respeito de emprego, consumo e renda

Marcelle Marques, Lucas Silva, Karina Cantiere12/03/2018 - 15h21
Compartilhe:

A Federação do Comércio e Bens de Mato Grosso do Sul divulgou em sua página os resultados da pesquisa de Intenção de Consumo Familiar (ICF) de Campo Grande realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A pesquisa é um indicador com capacidade de medir, com a maior precisão possível, a avaliação que os consumidores fazem sobre aspectos importantes da condição de vida de sua família. Em um ano, houve aumento de 8,4 pontos no índice de ICF dos campo-grandenses. Em fevereiro de 2017, o índice era de 79,2; com o aumento indicado pelo estudo, passou a ser de 87,6 em 2018.

A pesquisa revelou que dos sete indicadores avaliados, três tiveram índices positivos em relação ao mês de janeiro de 2018, como o emprego atual (1,4%), a perspectiva profissional (1,4%) e o momento para duráveis (15,9%). Os outros quatro indicativos como a renda atual (-1,1%), compra a prazo (-0,4%), nível de consumo atual (-2,7%) e a perspectiva de consumo (-9 %) tiveram queda.

O ICF tem como foco a avaliação que as famílias fazem exclusivamente sobre os aspectos que envolvem o seu orçamento doméstico e seu nível de consumo, presente e de curto prazo. O índice varia de 0 a 200 pontos de acordo com a avaliação do consumidor, abaixo de 100 pontos indica uma percepção de insatisfação, enquanto acima de 100 indica o grau de satisfação em termos de seu emprego, renda e capacidade de consumo.

A economista do Instituto de Pesquisa da Federação do Comércio e Bens de Mato Grosso do Sul (Fecomércio MS), Daniela Teixeira Dias afirma que “o crescimento da intenção de consumo se deve principalmente a algumas questões de melhoria no que diz respeito a algumas expectativas. Todas as vezes também que nós temos um anúncio de algum tipo de medida, seja ela econômica, ou seja ela política, isso também interfere nessa intenção, que está relacionada a expectativa, A intenção ainda não é uma demanda efetiva, vai ser uma expectativa de consumo”. Daniela Teixeira Dias ressalta também o emprego como responsável pela melhoria de consumo desde o ano passado.

A comerciante Ana Luísa Mesquita afirma que na loja dela houve diminuição de consumo nos primeiros meses de 2018. O item com maior variação mensal na pesquisa foi momento para compra de bens duráveis (15,9%,  com aumento de 57 a 66,1 pontos).  “Eu vendi muito eletrodomésticos em 2016, 2017 diminuiu e esse ano não estou vendo procura”. Para Ana Luísa Mesquita, a venda de bens duráveis cai em momentos de crise, as pessoas costumam comprar o necessário e o que precisa ser reposto. “Quando a gente está vendo o governo segurar dinheiro, quando a gente está vendo que o Minha Casa, Minha Vida não está tão fácil assim e os financiamentos também estão assim assombrosos, então isso tudo faz com que diminua. A pessoa quer trocar ou por uma grande necessidade ou porque de fato ela está de casa nova”. Ana Luísa Mesquita observou nos primeiros meses do ano que muitos clientes viajaram, o que também causou diminuição de vendas.

Segundo Daniela Teixeira Dias, a pesquisa de intenção de consumo tem como principal objetivo ajudar os empresários. Ana Luísa Mesquita desconhecia a pesquisa e diz que deveria haver mais divulgação. “Eu não gosto de contaminar o meu interior com notícias ruins e notícias que são só para consolar ou destruir. Eu fico pensando, será que essas notícias são de fato muito verdadeiras? Será que não é uma especulação? Quem lê isso, fica sobre essa regência, entende?”.

A intenção de consumo da advogada Neli Philippsen permanece estável, assim como sua perspectiva profissional e renda familiar atual, seu acesso a crédito para compra a prazo e perspectiva de consumo. Seu nível de consumo, comparado ao ano anterior e ao mês anterior diminuiu.

Compartilhe:

Deixe seu Comentário

Leia Também