CELULOSE

Mato Grosso do Sul é o maior produtor de celulose do Brasil em 2024

O estado é responsável por 24% da produção nacional de celulose, com aproximadamente 5,5 milhões de toneladas por ano; as indústrias estão localizadas na região Leste, onde também ser concentram as maiores áreas de cultivo do eucalipto

Ariane Vilharva, Ingrid Protásio, Mariana Pesqueiro e Pedro Vieira 28/10/2024 - 13h57
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Mato Grosso do Sul se tornou o maior produtor de celulose no Brasil em 2024. O estado é o maior exportador brasileiro e é responsável por 24% da produção nacional de celulose. As empresas deste setor se instalam no estado pelo baixo preço das áreas de terra destinadas à plantação.

A primeira fábrica de celulose em Mato Grosso do Sul foi aberta em 2009, na cidade de Três Lagoas, pela empresa Suzano. A cidade tem três fábricas em operação. A quarta fábrica no estado é da empresa chilena Arauco que recebeu licença de instalação no município de Inocência, em maio de 2024. O crescimento dessa indústria no estado é recente e coloca o estado como um dos maiores produtores mundiais. 

A região leste de Mato Grosso do Sul recebeu o nome de “Vale da Celulose”, área onde estão localizadas a maioria das indústrias em operação. O secretário Executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Rogério Beretta afirma que o governo cria estratégias para atrair essas empresas para o estado. “O governo trabalha com ações diretas, realizando visitas a essas empresas, promovendo reuniões e atuando dentro dos segmentos de interesse, como, por exemplo, feiras e eventos do setor e divulgando os benefícios e as oportunidades que temos para que essas empresas venham para o estado”.

 

PRIMEIRA NOTÍCIA · Sec. executivo da Semadesc Rogerio Beretta fala das perspectivas de expansão da celulose

Beretta acrescenta que a sustentabilidade é responsabilidade das empresas. “As iniciativas do governo do estado são para regulamentar as diferentes ações nas áreas de meio ambiente, na área social e na área econômica, principalmente desburocratizar para que as empresas consigam atender de maneira mais ágil a essas exigências”.

O biólogo e doutor em Ecologia e Conservação, Thiago Rocha afirma que a silvicultura, florestas plantadas para o abastecimento das indústrias de celulose, ajuda na captura de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa e é uma das vantagens do setor de celulose para a preservação ambiental. Rocha ressalta que a conservação ambiental por meio do estoque de carbono é nova no estado. “Se compararmos a produção de eucalipto com qualquer outra produção agrícola, como soja e milho, é uma captura absurdamente maior. É importante promover a sustentabilidade mantendo áreas de floresta nativas junto com as de eucalipto”. 

O economista Eduardo Matos afirma que o agronegócio e os setores de serviços são os que mais se beneficiam com o aumento das empresas de celulose. “ Não apenas a prestação de serviço para a indústria, mas esse exército de colaboradores que vem junto com a indústria são serviços que serão bastante movimentados por conta desses investimentos”. 

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