ECONOMIA

Mato Grosso do Sul tem salários abaixo da média nacional em 2024

Trabalhadores formais do estado tem remuneração abaixo da média nacional de R$ 3.514,24, recebem 15,6% a menos em comparação aos demais estados; a desqualificação impede que os profissionais tenham melhores salários

Ariane Vilharva, Ingrid Protásio, Mariana Pesquero e Pedro Vieira27/09/2024 - 18h13
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Mato Grosso do Sul tem média salarial abaixo da média nacional em 2024. Os trabalhadores no estado recebem remuneração 15,6% abaixo, comparado com profissionais em outros estados.A remuneração para trabalhadores formais no país teve um aumento de 3,6% no último ano, e passou de R$ 3.390,58 para R$ 3.514,24.

O setor de serviços tem o maior número de empregados informais no estado neste ano. A informalidade no setor provoca um salário menor e diminui o poder de compra. A baixa qualificação profissional no setor impede que os trabalhadores sejam contratados para funções com melhor remuneração.  

Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) indicam que o salário médio de Mato Grosso do Sul  aumentou 5,90%. A remuneração passou de R$ 2.869,56 em 2022 para R$ 3.039,51 em 2023. A diferença é de R$ 1.518 em relação ao Distrito Federal, que ocupa a primeira posição com valor de R$ 4.557,51. 

A diretora-presidente da Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab), Marina Dobashi afirma que a geração de emprego no estado apresenta alta demanda por qualificação e poucas pessoas estão qualificadas. “Muitas vagas são oferecidas e a gente não tem encontrado procura. Quando a gente abre oportunidade de trabalho numa feira de empregabilidade, recebemos 30%, 40% de procura pelas vagas oportunizadas”. 

 

PRIMEIRA NOTÍCIA · Marina Dobashi fala sobre medidas de capacitação profissional realizadas pela Funtrab

O professor do curso de Ciências Econômicas da Escola de Administração e Negócios da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Odirlei Fernando Dal Moro aponta que setores de serviços geralmente apresentam baixo nível de produtividade e maior nível de informalidade. “Normalmente a informalidade leva a um ganho menor, comparado à formalização dos trabalhos. A formalização exige maior qualificação profissional e melhor remuneração”. 

 

O editor de vídeo e diretor de arte, Lennon Almeida comenta que seu salário não é suficiente para garantir estabilidade financeira. “Com as necessidades básicas de vida e consumo, no final do mês fico um pouco apertado financeiramente, e às vezes preciso pegar um extra”. Almeida acredita que "capacitar cada vez mais os empregados e escolher representantes que lutem contra a desigualdade são ações que poderiam colocar o salário de Mato Grosso do Sul mais próximo da média nacional".
 

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