EMPREENDEDORISMO FEMININO

Empreendimentos administrados por mulheres no Estado têm pouco acesso às linhas de crédito

Empreendedorismo no estado tem 33% de participação feminina, com mais de 80% de mulheres que lideram empreendimentos na faixa etária de 35 a 54 anos, as principais empresas são salões de cabeleireiro e as lojas de vestuários

Carol Leite, Geane Beserra e Maria Luiza Massulo17/09/2023 - 16h40
Compartilhe:

Empreendedoras de Mato Grosso do Sul têm pouco acesso a linhas de crédito para estruturar e expandir seu negócio. O estado registrou aumento no número de mulheres líderes de empreendimentos no período de pós pandemia de Covid-19. As mulheres lideram 33% dos negócios no estado. Mato Grosso do Sul possui mais de 120 mil empreendedoras, concentradas na prestação de serviços

O estado tem 80% de mulheres que comandam empreendimentos sem funcionários. Micro e pequenas empresas que geram empregos correspondem a 1,4% do total, o que equivale a 18.940 mil mulheres empreendedoras. Há predomínio de empresárias nos setores de cuidados pessoais, estética e vestuário. 

Dados da cartilha Empreendedorismo Feminino do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apontam que as empreendedoras têm pouco acesso a linhas de crédito para estruturar e expandir seu negócio. A coordenadora do Programa Sebrae Delas, Maristela França explica que a  colaboração entre as empreendedoras e a profissionalização são fatores importantes para resultados positivos do empreendedorismo feminino. "A colaboração e a construção conjunta solidificam o movimento de mulheres empreendedoras. A participação em eventos e ações para que elas possam se capacitar e entender melhor como formalizar seus negócios, também é importante para que elas prosperem".

A superintendente de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Rose Modesto apresentou o Programa FCO Mulheres Empreendedoras que prevê linha de crédito para empreendedoras da região Centro-Oeste. A nova linha de crédito do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) tem prazos maiores para pagamentos e juros fixos de nove por cento ao ano e beneficia empresas administradas por mulheres ou que tenham mais de 40% de participação feminina no quadro de funcionários. O programa foi lançado em agosto e o financiamento será de até 100% do valor total do empreendimento.

Primeira Notícia · Rose Modesto explica a importância da participação feminina na economia


A fungicultora e proprietária da Tekohá, Camila da Silva Brito administra uma agroindústria que produz e comercializa alimentos naturais a base do cogumelo shimeji e de frutas. Segundo Camila Brito, as mulheres encontram desafios ao empreender, como a sobrecarga e o acúmulo de funções exercidas. "Eu acredito que é mais difícil para a mulher ser empreendedora em qualquer lugar do país. O homem foi criado para sair de casa, trabalhar, voltar e estar tudo organizado. As mulheres saem, trabalham, voltam e ainda cuidam dos filhos. Eu acho que esse é o desafio".

A fundadora da empresa BeeCo de apicultura sustentável, Deborah Reichardt Julião começou o empreendimento durante a pandemia de Covid-19. Conforme a empreendedora, a diferença entre o mercado de trabalho feminino e masculino é que as mulheres empreendem para completar a renda. “Nenhuma mulher cria uma empresa sem propósito, o que é uma característica feminina. Eu acho que hoje as mulheres empreendem para serem bem sucedidas e ganharem espaço". 

Compartilhe:

Deixe seu Comentário

Leia Também