O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) iniciou, neste mês, o processo de fiscalização de postos de gasolina de Campo Grande e Dourados para verificar o cumprimento dos direitos trabalhistas. A meta é fiscalizar cinco postos por mês. A multa para os estabelecimentos irregulares pode ser de até R$ 8 mil por infração. O auditor fiscal da Superintendência Regional do Trabalho em Mato Grosso do Sul (SRT - MS), Kleber Silva afirma que 25 postos foram visitados, 10 em Dourados e 15 em Campo Grande. O gerente executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul (Sinpetro), Edson Lazarotto diz que a fiscalização "sempre será bem-vinda, desde que seja de ordem orientativa, e não punitiva” .
O contato com combustíveis traz riscos à saúde dos frentistas. Além do benzeno, um cancerígeno, há solventes que evaporam e, em contato com a pele, causam danos à visão, audição, sistema nervoso e pele. A exposição ao benzeno atinge a medula óssea e diminui o número de leucócitos. Como medida de prevenção, é preciso que os funcionários utilizem os equipamentos de proteção individuais (EPIs), que consistem nas roupas de segurança.
Kleber Silva reforça a obrigatoriedade de luva e máscaras como parte do EPI, "o uso fica restrito para quem faz o recebimento de combustível no tanque e uma das razões para isso é que, para os frentistas, são muitas horas de trabalho e fica muito quente". O engenheiro de Segurança do Trabalho e Perito da Justiça do Trabalho, Cleiton Franco destaca que o frentista deveria usar a máscara, pois a inalação do combustível também é prejudicial. Para ele, falta a fiscalização do dono do posto e também a vontade do próprio frentista de se preservar e colocar a máscara quando for abastecer. Segundo Franco, quando o motorista pede para encher o tanque “até a última gota”, o frentista tem que ficar na bomba para encher mais do que a quantidade automática e inala mais.