ECONOMIA

Mudanças em Programa Social dificultam compra de casas populares

Construtores e compradores serão prejudicados com mudanças no "Minha Casa, Minha Vida"

Bruna Kaspary, Juliane Grisoste24/01/2017 - 08h03
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Novas exigências do Ministério das Cidades irão dificultar a compra de residências em áreas sem infraestrutura em Campo Grande. As mudanças estabelecidas na portaria 160 publicada no dia 6 de maio de 2016, além de encarecer o valor do imóvel, irão dificultar a construção, uma vez que a cidade possui "vazios urbanos", regiões sem construções entre áreas urbanizadas. As novas medidas que incluem abastecimento de água e energia elétrica, vias de acesso com pavimentação; iluminação pública; esgoto e drenagem de águas das chuvas entrariam em vigor em 2017, e foram adiadas para 2018, ano em que, caso os imóveis que estão em processo de construção, ainda estejam para venda,  deverão ser financiados por outros meios diferentes do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV).

O presidente da Associação de Construtores de Mato Grosso do Sul (Acomasul), Adão Castilho afirmou que as medidas, que deveriam entrar em vigor neste ano, serão adiadas para 2018 por causa dos protestos de construtores. "A maior parte dos terrenos, próximos de vias asfaltadas, já estão construídos, e não é costume que o asfalto chegue nas regiões antes de haver moradores nos bairros pedindo pela melhoria das ruas". Castilho ressaltou que há bairros em Campo Grande que ainda possuem ruas sem asfalto e os empreiteiros investiriam nessas regiões sem essas novas determinações.

Segundo o construtor Rafael Aguillar, a Caixa Econômica, banco responsável pelos financiamentos e pela regulamentação das residências, frequentemente faz mudanças nas regras de construção e prejudica as obras. "Enquanto nós estamos acostumados a construir em um padrão de regras, a Caixa vai lá e muda o padrão, então nós temos sempre que ficar cuidando disso". Aguillar explicou que casas construídas em regiões com vias não asfaltadas poderão ser vendidas até o final de 2018. Segundo ele, para esses casos, é necessário que o alvará do construtor seja emitido pela prefeitura até junho deste ano.

Impacto para os compradores

Para o presidente da Acomasul, Adão Castilho, com a exigência de que os lotes tenham asfalto na frente do imóvel, os valores das residências aumentarão. "Não precisar se preocupar com lama quando chove é bom, mas o valor vai subir muito e isso também vai dificultar a compra do imóvel". Em Campo Grande, cerca de dois mil quilômetros de ruas ainda não receberam asfalto e a maioria estão em áreas afastadas da região central da cidade. Castilho afirmou que quando localizados em ruas asfaltadas, o valor dos terrenos aumenta cerca de 40%, que será transferido para o comprador final. "Um imóvel de R$ 60 mil, depois dessas novas infraestruturas instaladas, passará a valer R$ 100 mil".

 

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