MERCADO

Mulheres representam 33% dos empresários no Estado

As empreendedoras sul-mato-grossenses somam 103 mil no Estado. De acordo com pesquisa o sexo feminino representa 52% dos novos empreendedores

Bárbara de Almeida e Natália Moraes22/06/2014 - 23h22
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As mulheres representam 33% do total de empresários em Mato Grosso do Sul, segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o SEBRAE. O Estado é o quarto com a maior proporção de mulheres empreendedoras, depois do Distrito Federal, Rio de Janeiro e Sergipe. 

A diretora de operações do Sebrae, Maristela de Oliveira França, afirma que em Mato Grosso do Sul as mulheres se concentram, principalmente, nas áreas de comércio e serviços, e em menor quantidade, na indústria. Para França, uma das características da empreendedora são a capacitação e o investimento no estudo, “a mulher quando empreende busca mais a informação, isso reflete em termos empresas mais maduras quando entram no mercado”. França detalha o perfil das mulheres empreendedoras do Estado.

Conforme o anuário Mulher 2013 do SEBRAE e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, DIEESE, do número total de mulheres empreendedoras em Mato Grosso do Sul, 28% estão nas micro e pequenas empresas. Elas enquadram-se no perfil do empreendedor que tem menos de três anos e meio de atividade. Segundo pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor, GEM, 52% dos novos empreendedores são mulheres.

Para Maristela França, uma forma de reconhecer o empreendedorismo feminino brasileiro é a premiação Mulher de Negócios. Para ela, o prêmio reflete o crescimento das empreendedoras, está na 11ª edição e Mato Grosso do Sul participa desde a primeira. “Nós oferecemos consultoria, para a mulher que não tem tempo, possa se inscrever”. As inscrições estão abertas até 30 de agosto para pequenas, médias e grandes empresárias do Estado. 

Histórias de quem abriu o próprio negócio

A proprietária da loja Branca Tecidos Artesanais, Tábata Rauschkolb Brás, buscou capacitação antes de ingressar no ramo. O estabelecimento, inaugurado em 2011, investe em decoração. “Sempre quis ter meu próprio negócio, trabalho com os sonhos das pessoas”. Brás enquadra-se no perfil de microempreendedora, e revela que seus produtos e o atendimento ao cliente são os diferenciais para o mercado competitivo.

A proprietária, formada em Ciências Sociais, herdou o espírito empreendedor dos pais, que trabalham no setor atacadista. Tábata Brás ressalva que "passou por dificuldades", como épocas em que “vendeu mal” e não tinha estrutura. Ela planeja abrir outra loja neste ano ou no próximo, e para a empresária, ser dona do próprio negócio, “é uma tomada de posse de mercado,  é algo bacana, porque ainda não é uma coisa tão incentivada às meninas”.

A Associação Broto Frutos Culinária do Cerrado Rosinhalú surgiu em agosto do ano passado, quando produtoras rurais, que trabalhavam informalmente, resolveram se unir. Para a presidente da associação, Rosa Silva, um atrativo em seus produtos é alimentação saudável, os alimentos utilizam ingredientes orgânicos, por exemplo. A associação conta com 15 produtoras, é um empreendimento solidário de agricultura familiar

Elas investem em receitas com frutos do Cerrado, como jatobá e baru, para a confecção de pães, biscoitos, bolos e outros gêneros alimentícios. “Trabalhamos a divulgação desses produtos, com participação em feiras, eventos, servindo degustações, e dentro de um ano, a associação está bastante conhecida, e hoje vai para a incubação”.

Segundo Rosa Silva, a legalização como o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, CNPJ, e o apoio de um projeto de incubação, foram fatores que contribuíram para ampliação de mercado. “Pela incubadora, nós teremos o alvará sanitário, poderemos colocar os produtos em redes de supermercados, vender para fora, até poderemos participar da alimentação escolar no município, porque precisava desse alvará que iremos conseguir por meio da incubação”.

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