A receita de exportações de Mato Grosso do Sul aumentou 22,82% de janeiro a setembro deste ano. Os produtos de agricultura industrial mais exportados foram soja, celulose, carne bovina e milho não moído. Os países que realizaram o maior número de importações de produtos sul-mato-grossenses este ano foram a China, Argentina e Estados Unidos.
A participação do governo argentino na balança comercial do estado foi de maior crescimento no intervalo de um ano. O valor de exportações aumentou de 3,5% em 2022 para o total de 12% em 2023. A Argentina se tornou o segundo país com o maior número de participações importações de produtos sul-mato-grossenses, com US$ 960 milhões investidos nas exportações. As mercadorias mais importadas pela Argentina são a soja, minério de ferro, pastas químicas de madeira e carne suína.
Dados da carta de conjuntura da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) mostram que a China é o país que mais importa produtos sul-mato-grossenses. A China investiu, neste ano, US$ 3,4 bilhões em importações, número equivalente a 40,6% de contribuição na balança comercial do estado. Três Lagoas, Dourados e Corumbá são os municípios de Mato Grosso do Sul com maior contribuição no ranking de exportação. Campo Grande é o quarto município do estado no ranking, com lucro de US$ 375 milhões e participação de 7% na balança comercial do estado.
O economista Eduardo Matos explica que o crescimento do número de exportações no estado ocorre por meio das grandes safras de grãos, como a soja e o milho, e da instalação de polos industriais produtores de celulose e mineradores. "Existe um setor que tem expressado grande satisfação no mercado, que é o de papel e celulose. Hoje ele possui uma grande importância na balança comercial do estado, assim como os setores dos grãos, papel celulose, proteína animal, até mesmo minério".
Matos pontua que a valorização do dólar auxilia na rentabilidade das exportações para o estado. As transações no mercado internacional são realizadas exclusivamente com o dólar, o que resulta em maior lucratividade no comérico dos produtos nacionais. "Com certeza a valorização do dólar e dos preços representam fatores que afetam a competitividade dos países exportadores. Principalmente ao analisar a cesta de produtos de Mato Grosso do Sul. Também é importante lembrar que o pagamento no mercado internacional é feito com o dólar. Então, basicamente você está entregando o mesmo produto e recebendo mais".
Segundo o internacionalista Pedro Henrique Moura, os produtores do estado tem como foco a exportação de commodities, produtos processados e a carne. "E a gente também tem uma parcela bastante grande das exportações sul-mato-grossense em celulose, que é papel e derivados de papel, mas sem também um alto grau grau de refino. Além disso, também tem a carne, que é um produto bastante exportado". Moura ressalta que a Argentina é o maior parceiro econômico próximo do Brasil, e que a proximidade geográfica facilita as transações comerciais entre os países. "Em questão logística, é mais simples de enviar os produtos para Argentina por conta do Mercosul, juridicamente, é mais simples. Mas esse impasse, tanto político e econômico que a Argentina vive hoje, atrapalha o Brasil, pois fica mais difícil, então você consegue vender a preços menores para a Argentina".