Pesquisa aponta que 74% dos brasileiros usarão o décimo terceiro para quitar dívidas - (Foto: Layane karrú)A liberação da primeira parcela do décimo terceiro salário está prevista em lei para ser paga até o dia 30 de novembro. Os trabalhadores se preparam para definir o que fazer com o dinheiro extra de fim de ano. Segundo pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), 74% dos brasileiros usarão o recurso para quitar dívidas. Apenas 8% dos entrevistados comprarão presentes de Natal. A pesquisa foi realizada com 1.037 brasileiros e constatou que 83% das dívidas contraídas estão relacionadas com cartões de crédito e 44% com taxas do cheque especial.
Em Campo Grande, o diretor da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), Omar Aukar, comenta sobre a estatística e também sobre a queda das vendas do comércio neste ano. “Quando se tem um cenário de crise como esse que estamos vivendo, obriga a população a demandar parte do orçamento às contas domésticas. O que estamos esperando de forma temerosa é que as pessoas vão não só usar parte do décimo e sim todo ele para quitar as dívidas e, infelizmente, teremos o Natal com o movimento mais fraco dos últimos anos”.
Aukar ressalta que mesmo que a economia do Estado não dependa só do comércio, pois possui recursos provindos do agronegócio, a queda das vendas no fim do ano é inevitável. “No Mato Grosso do Sul temos a variável agronegócio que faz com que a economia padeça menos que as de outros estados, mas a estimativa é que se venda 3,5% a menos que no ano anterior”.
O diretor Aukar explica alguns dos prejuízos financeiros que afetam os lojistas. “Para o comerciante isso é muito ruim, pois temos que pagar a folha adicional do décimo terceiro também e nós não estamos fora crise. O ano todo vendemos muito menos do que vinha se vendendo em anos anteriores e com esse enfraquecimento temos o processo de descapitalização”.
Pagamento de dívidas
A auxiliar administrativa, Lidiana Soares da Silva ressalva que os presentes aos familiares ficarão de lado. “Minha prioridade será o pagamento de dívidas, pois a crise está afetando todos e a tendência é só piorar. Se eu der presente será só uma lembrancinha”. O coronel aposentado, Wellington Corlet, afirma que guardará o dinheiro do 13º. “Creio que uma crise financeira ainda maior se aproxima e não quero estar desprevenido. Acredito que a melhor opção seja gastar o mínimo possível e guardar uma reserva, não podemos dar o passo maior que a nossa perna”.
A vendedora Paula Leal Mendes explica que a única opção será o pagamento das dívidas. “Esse ano o quitamento das minhas dívidas será a minha prioridade, pois quero entrar o ano com as contas todas em dia”.
Para o contador Antonio Carpes é preciso priorizar as dívidas dos cartões de créditos e considerar os juros e vencimentos na organização da renda familiar. "Dentro do planejamento financeiro pessoal é necessário primar as despesas do orçamento e readequar as sobras para os presentes de final de ano, definindo prioridades". Carpes explica como economizar na hora de dar presentes. "O amigo secreto evita gastos, pois você não precisa comprar presente para todo mundo".
