PLANO SAFRA

Plano Safra da Agricultura Familiar 2023/2024 favorece produtores que adotam práticas sustentáveis

Mato Grosso do Sul dispõe de mais de 3,1 milhões de hectares com uso de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, prática que favorece a conservação do solo, uso de insumos de forma racional, manejo de adubação e otimização do uso das máquinas

Carol Leite, Geane Beserra, Maria Luiza Massulo28/08/2023 - 21h31
Compartilhe:

O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul apresentou o Plano Safra da Agricultura Familiar 2023/2024, que prevê repasse de R$ 400 milhões em recursos destinados à agricultura familiar. O plano aumenta a disponibilidade de verbas para o pequeno produtor rural por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Mato Grosso do Sul é o sétimo estado no país com maior arrecadação no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), com estimativa de arrecadação para 2023 de R$ 70 bilhões de reais. 

O programa de financiamento prevê recursos do crédito rural do Plano Safra para a produção de alimentos de manejo sustentável. A taxa de juros das operações de financiamento será de quatro porcento (4%) ao ano para a produção de alimentos como feijão, mandioca, tomate e leite. Os agropecuaristas que adotam práticas de sociobiodiversidade, bioeconomia e agroecologia terão redução de até 1% nos juros. 

Segundo o consultor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Clóvis Tolentino os produtores de Mato Grosso do Sul diminuíram o uso de técnicas degradantes que danificam o solo e o ambiente, como, o desmatamento e o uso de substâncias químicas. Os agropecuaristas adotaram sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta na produção, para conter os prejuízos causados pela agropecuária. De acordo com dados da Associação Rede ILPF, o estado possui mais de 3,1 milhões de hectares cultivados em sistemas integrados, a maior área no Brasil. 

De acordo com o consultor técnico os agropecuaristas utilizam práticas que contribuem para a preservação ambiental. “A sustentabilidade econômica passa também por realizar os cultivos agrícolas nas épocas de plantio e semeadura adequadas, usando os insumos com racionalidade, conduzindo um bom manejo de adubação, de controle de pragas e otimização do uso das máquinas. Todos estes fatores impactam na sustentabilidade econômica”. 

Conforme o engenheiro Agrônomo e coordenador de Agricultura da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul (Semadesc), Renato Nascimento as linhas de crédito disponíveis são direcionadas para custeio e investimento nas propriedades rurais. Os recursos destinados pelo Plano Safra contribuem para os produtores investirem em um modelo de produção sustentável. “Uma das linhas disponíveis é o Renova Agro, que destina crédito para os produtores que desejam implementar técnicas de diminuição de emissão de carbono”. 

Primeira Notícia · Coordenador De Agricultura Da Semadesc, Renato Nascimento

De acordo com a professora do curso de Geografia da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Geografia (Faeng) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul  Ana Paula Araujo, Mato Grosso do Sul é uma referência na produção agropecuária produtivista e faltam estratégias que valorizem a natureza e a produção orgânica para ser sustentável. Segundo Araujo, o bioma Pantanal tem uma pecuária orgânica de sucesso. “A região do Pantanal de fato ela vem se destacando no Brasil e no mundo, lá a gente tem como principal atividade econômica a pecuária e muitos produtores estão aderindo sistemas orgânicos e sistemas sustentáveis. Se nos olharmos para o estado como um todo é uma referência na produção agropecuária em bases modernas, intensivas em capital vinculadas a indústria”.

Compartilhe:

Deixe seu Comentário

Leia Também