ECONOMIA

Preço de frutas, legumes e verduras tem variação de até 565,19% em Campo Grande

Diferença de preço entre produtos hortifrutigranjeiros foi registrada em 18 estabelecimentos da capital e o item que teve a maior variação foi a cebola branca

João Vitor, Mayara Gabrielle, Patrícia Martins e Simone Gallassi12/11/2021 - 17h00
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Principais redes de hortifrúti em Campo Grande registraram variação no preço de 73 produtos analisados. Itens com a mesma característica são encontrados com valores distintos em 18 estabelecimentos da capital. Preços de frutas, legumes e verduras tiveram aumento de 57%, na média, entre o período de junho e outubro de 2021.

A diferença de preço entre os produtos hortifrutigranjeiros foi registrada em estabelecimentos do município, dos 102 itens analisados em junho, 97 ficaram mais caros durante o mês de outubro. A variação de preços impacta os hábitos de consumo da população campo-grandense.  Famílias substituiram os supermercados pelas feiras nos bairros. 

Conforme planilha de comparação de preços da  Superintendência do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor de Mato Grosso do Sul (Procon/MS), frutas mais consumidas como a laranja, melancia e limão taiti são encontrados pelo preço médio de R$2,91 o quilo, R$14,12 a unidade e R$4,97 o quilo, respectivamente. A cenoura e a batata inglesa tiveram aumento de 58% no preço final ao consumidor. Um quilo varia entre R$3,60 a R$4,84.

A cebola branca foi o item com a maior variação de preço. O quilo é comercializado a partir de R$1,35 a R$8,98, o que resulta na variação de 565,19% entre os preços. A menor variação é da maçã fuji, que pode ser encontrada no valor de R$5,99 a R$6,99, com variação de 16,69%.

Produtos com maior variação de preços em Campo Grande -  Fonte: Procon/MS (Mayara Nascimento/Primeira NotíciaProdutos com maior variação de preços em Campo Grande -  Fonte: Procon/MS (Mayara Nascimento/Primeira Notícia)

Segundo a nutricionista Maria Fonseca, o aumento do preço de hortifrútis impacta a alimentação em relação à qualidade do que é consumido. ‘’O maior problema é que as pessoas deixam de priorizar alimentos saudáveis e substituem por produtos ultraprocessados como macarrão instantâneo, itens congelados, fritos, e eles possuem adição de sal, açúcar e conservantes’’. De acordo com Maria Fonseca, a melhor alternativa para evitar danos à saúde e fugir da inflação  é priorizar feiras, escolher frutas, legumes e hortaliças da estação.

O aumento dos preços de hortifrútis impactou a alimentação de pessoas que precisaram se adaptar em relação aos hábitos de consumo. A estudante do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Alíria Aristides é vegetariana e buscou alternativas sem interferir na sua alimentação. ‘’Passei a consumir orgânicos e produtos de feira, que saem mais em conta do que em supermercados. Sem falar que o orgânico é produzido no quintal das pessoas, você sabe de onde vem aquele produto’’.

Alíria Aristides avalia os frutos e hortaliças da estação para economizar no orçamento, evitar impactos em sua dieta e realizar pesquisas nas redes sociais de hortifrútis com ofertas promocionais. Segundo Alíria Aristides, essa foi a opção encontrada para economizar sem prejuízos nutricionais. ‘’Consumir produtos locais e de agricultores da região também me ajuda a manter a alimentação saudável em dia’’.

De acordo com o superintendente do Procon de Mato Grosso do Sul, Marcelo Salomão o órgão tem ações diretas nos estabelecimentos para inibir a prática de valores abusivos. O consumidor pode fazer denúncias por meio dos canais de comunicação. ‘’Em toda pesquisa do Procon é aberta uma investigação para apurar se houve abuso no preço ou não. É fundamental o consumidor denunciar caso suspeite de preços abusivos’’.

Serviço

A sede do Procon/MS em Campo Grande é localizada na Rua 13 de Junho, 930. Denúncias são realizadas pelo canal do WhatsApp no (67) 98469-1001 e no telefone fixo (67) 2020-1236.

 

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