ECONOMIA

Preço do gás de cozinha em Mato Grosso do Sul é o segundo mais caro da região Centro-Oeste

O custo médio do gás de cozinha no estado de R$ 110 aumentou 39,6% em relação a 2022, os municípios de Coxim, Corumbá e Três Lagoas registram os valores mais altos de Mato Grosso do Sul, com custo entre R$ 115,27 e R$ 121,87

Douglas Rebelato; João Pedro Buchara; Lizandra Rocha; Allana Souza 3/11/2023 - 10h33
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Mato Grosso do Sul tem o segundo gás de cozinha mais caro da região Centro-Oeste, com aumento de 39,6% em relação a 2022. O preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) aumentou no segundo semestre deste ano e custa, em média, R$ 114,25, valor que ultrapassa o custo médio nacional de R$ 101,85. O preço médio do botijão de 13kg teve variações de R$ 94,90 a R$ 110,00 no final do mês de outubro, um aumento de  3,14% em comparação com o mês anterior. 

O valor do gás de cozinha é definido pela cotação do dólar e tributos estaduais, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). As famílias que recebem até um salário mínimo são as mais afetadas pelo aumento do preço do gás de cozinha, o consumo do botijão tem duração média de um mês conforme o uso. Os municípios de Coxim, Corumbá e Três Lagoas têm o valor mais alto, entre R$ 115,27 a R$ 121,87. 

O economista Eduardo Matos relata que o aumento nos preços do gás de cozinha está associado à inflação no mercado global, e que faltam ações econômicas como política assistencialista para a redução dos preços. "O gás de cozinha é o GLP que é derivado do petróleo, e embora haja uma produção do gás em Mato Grosso do Sul, não temos a produção do petróleo que é o principal insumo". O economista ressalta que a variação dos preços nos municípios ocorre devido a economia empresarial, atribuída a compra e revenda do gás de cozinha nos mercados.

A confeiteira Lurdes Camargo relata que precisou interromper as vendas de doces devido ao aumento no preço do gás de cozinha. "É difícil vender doce com o atual preço do gás. Itens como o leite condensado estão caros, então fazer pudim, bolinhos de pote fica inviável". A confeiteira ressalta que "há várias coisas que eu deixo de comprar para poder ter o gás, porque o gás é essencial e sem ele fica impossível fazer comida".

Primeira Notícia · Vendedora de doces Lurders Camargo fala os fatores que a levaram a parar de vender doces

O assessor de Comunicação da Secretaria-Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor (Procon/MS), Kleber Clajus Gutierrez explica que o Procon é responsável por gerenciar as autorizações para o funcionamento das empresas que vendem o gás de cozinha, e receber denúncias do consumidor sobre o aumento de preços. "Os fiscais do Procon são deslocados aos estabelecimentos sinalizados pelo consumidor para confirmar a denúncia e neste caso, as notas fiscais são requeridas para análise do valor de compra e revenda". Gutierrez ressalta que "para protocolar uma reclamação, o consumidor pode recorrer ao atendimento presencial no Procon ou ligar no Disque Denúncia 151 para registrar as queixas".

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