Produtores de leite de Mato Grosso do Sul obtiveram aumento de 6,4% em 11 anos. A produção passou de 383,8 milhões para 408,5 milhões de litros por ano. Os dados fazem parte do Censo Agropecuário 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram divulgados no 21º Encontro Técnico do Leite, realizado na Expo MS Rural no mês de agosto. A pesquisa mostra que mesmo com a redução do rebanho da pecuária em 24,8% a produtividade cresceu cerca de 41%.
A analista técnica da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Eliamar Oliveira explica que houve um investimento maior no rebanho produtivo. “Nós tivemos aumento de produção e uma redução do número de vacas ordenhadas. Então é como se houvesse um investimento maior, uma substituição de rebanho, no caso, rebanho menos produtivo por rebanho mais produtivo. Isso fez com que aumentasse a produção de leite no estado”.
O boletim rural da Famasul de julho de 2018 aponta que a captação de leite tem diminuído no estado. Nos estabelecimentos sob Inspeção Federal (SIF) e Inspeção Estadual (SIE), o volume recolhido no primeiro semestre de 2018 foi de 101,4 milhões de litros, valor 21,9% inferior ao do mesmo período de 2017, em que foram recolhidos 129,9 milhões de litros. O coordenador do Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite (Conseleite MS), Wilson Igi ressalta que em três anos a produção total de leite por ano reduziu em 35%. “Em 2014, Mato Grosso do Sul produziu 364 milhões litros de leite. Em 2015, 337 milhões. Em 2016, 269 milhões. Em 2017, 237 milhões. E a previsão para 2018 é de 190 milhões de litros de leite”.
O Conselho elabora diretrizes para definir o valor de referência da matéria-prima, calculado a partir de pesquisas do custo do produtor, da indústria e do preço de venda do leite. A instituição é composta por representantes da bancada rural e dos laticínios indicados, respectivamente, pela Famasul e pelo Sindicato da Indústria de Laticínios de Mato Grosso do Sul (Silems). Os valores finais de referência do produto em agosto de 2018 variaram de R$1,18 à R$1,35 em média mensal de 100 à 1000 litros de leite por dia, entregues pelos produtores rurais.
Igi destaca que a comercialização do leite se caracteriza como um processo dificil para o produtor. “Na verdade, o produtor não vende leite. Ele entrega o leite sem saber quando vai receber. Só depois que a indústria fecha a conta, o fluxo de caixa, que ela paga o fornecedor”.