A coordenadora Mirian Aveiro e a agricultora Eva Andrade
A feira agropecuária da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul faz parte do projeto de extensão Semente. A coordenadora Mirian Aveiro diz que “a proposta é fortalecer a economia solidária, que é um modelo justo e sustentável de consumo consciente”. A agricultora Eva da Silva Andrade, 58 anos, é moradora de Jaraguari, e todo terça-feira participa da feira no corredor central da UFMS. Andrade é produtora de hortaliças, frutas, doces de leite, banana e abobora. Ela participa, também, de capacitações oferecidas pelo programa UFMS Vai à Escola.
Segundo Andrade, “a economia solidária não é para ganhar um monte de dinheiro, ajuda muito, mas o mais importante é o conhecimento adquirido, que geram outras fontes de renda. Os conhecimentos que eu tinha mudaram cem por cento, e com a orientação dos técnicos e dos integrantes do projeto, pude melhorar a produção e as vendas”.
A coordenadora do programa explica que o objetivo do UFMS vai à escola é oferecer ao estudante, que participa dos trabalhos voluntários, um conhecimento da realidade da comunidade e permitir a troca de experiência entre a academia e a sociedade.
Estudante de odontologia Luana Pimenta
A estudante de odontologia da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp) Luana Catarina Pimenta, 25 anos, integrante da equipe do programa há cinco anos, e presta atendimento nos assentamentos da região pantaneira de Mato Grosso do Sul. Ela diz que “o projeto é importante pelo fato de poder ajudar pessoas que não tem acesso a atendimento de saúde facilmente, e que profissionalmente é a oportunidade de conhecer outra realidade”.
A comunidade atendida recebe assistência médico-odontológica, assessoria jurídica, orientação tecnológica de produção, geração de trabalho e renda, além de atividades culturais. Atualmente são atendidas aproximadamente 70 mil pessoas em Campo Grande, Aquidauana, Anastácio, Naviraí, Jaraguari, Ribas do Rio Pardo, Nova Andradina, Ponta Porã, Nova Alvorada, Sidrolandia, Chapadão do Sul e Maracaju. O atendimento é voltado para alunos de escolas públicas e de escolas pantaneiras , aldeias indígenas e produtores rurais da agricultura familiar.
Aveiro ressalta que as experiências obtidas como coordenadora são imensuráveis, e que participar do encontro entre o futuro profissional e a comunidade é muito gratificador.
História do projeto
O UFMS Vai à Escola iniciou suas atividades em dois de outubro de 1999 com a proposta inicial de enriquecer a formação dos acadêmicos, e permitir que estes colocassem em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula. Atualmente o projeto possui a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da UFMS (ITCP/UFMS), que é um programa de extensão universitária que presta serviços para o início, desenvolvimento e/ou reciclagem de cooperativas ou grupos de trabalho associativo, denominados de Empreendimentos de Economia Solidária (EES).Os trabalhos são realizados por docentes, acadêmicos junto aos setores populares, para que haja uma melhor inserção social.
Entre os cursos que colaboramcom o projeto estão medicina, odontologia, enfermagem, biologia, farmácia, veterinária, zootecnia, administração, jornalismo, arquitetura, direito, educação física, economia, pedagogia, matemática, engenharia civil, engenharia elétrica, engenharia ambiental, musica, artes visuais, ciência sociais, economia e fisioterapia.