ECONOMIA

Setor de serviços cresce 3,3% em Mato Grosso do Sul

O aumento de preços e alta do dólar não afetou o crescimento da prestação de serviço, o setor de transporte, comunicação, comércio e instituições financeiras

Gabriela Galvão e Gabriella Letícia27/11/2015 - 08h25
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O setor de serviços cresceu 3,3% em Mato Grosso do Sul no mês de setembro, conforme pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em relação mesmo período do ano passado. Serviços de estética e limpeza doméstica são atividades que tiveram aumento de clientes. O chamado Terceiro Setor refere-se a transportes, comunicações, comércio, instituições financeiras, administrações públicas, e outros serviços.

O economista Rayan Wolf e estudante de mestrado em Economia considera que o país está em crise e aponta três situações que caracterizam o momento. “A primeira é o comportamento do Real em relação Dólar, a desvalorização atingiu o maior índice desde a implantação do Plano Real. A segunda é que os impostos aumentaram e mesmo assim o governo cortou gastos e terceira está relacionada a inflação, os preços subiram e o poder de compra do trabalhador diminuiu muito”.

Segundo Wolf, Mato Grosso do Sul está em crise.  “O Governo do Estado reduziu em 62,1% seus investimentos e aumentou a carga tributária, por exemplo, no IPVA e ICMS”. Para Wolf, o setor de serviços cresceu devido ao perfil do consumidor sul-mato-grossense, “como o estado tem alta concentração de renda, não diminuíram gastos com estética e academia, principalmente, no final do ano”.

A esteticista Anna Stegun acredita que a crise não afetou os serviços relacionados à beleza. “As mulheres não deixam de realizar procedimentos como tinturas, depilação e hidratação, por exemplo. As pessoas cortam despesas com restaurantes e roupas, mas a estética consideram indispensável”. Segundo Anna Stegun, a procura pelo seus serviços aumentou neste ano.

Para a consumidora Lia Beatriz Junqueira, o ano foi difícil. "Minha mãe é corretora de imóveis e a procura diminuiu, tivemos que cortar gastos, mas não abandonamos o salão de beleza, tem coisas que são essenciais”. Ela relata que gastos com academia foram deixados de lado no último semestre.

O freelancer e repórter cinematográfico Raimundo Dias acredita que "é questão de negociar, sempre procuro atender o cliente com um preço justo que atenda o bolso dele e que consiga realizar o serviço”. Ele acredita que essa estratégia garantiu a manutenção da procura nos 20 anos que trabalha no setor.

Com a mudança da legislação dos Direitos Trabalhistas das Domésticas, a diarista Glaucia Betânia percebeu que a procura por seus serviços aumentou. “Eu não tenho mais dias para atender minhas clientes, às vezes, tenho que revezar e ir de 15 em 15 dias para conseguir atender todo mundo”.

A funcionária pública Irene Maria entende que alguns gastos com serviços são essenciais e por isso, o setor tem crescido. “O carro dá problema, tenho que recorrer ao mecânico. Deu problema no cartão, corro no banco. Tenho uma formatura para ir, corro para o salão. Muitos serviços são essenciais no nosso dia-a-dia, não tem como cortar”.

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