O setor de comércio de Campo Grande teve as melhores vendas no mês de dezembro de 2016, desde o ano de 2012, conforme pesquisa do Movimento do Comércio Varejista (MCV), realizada pela Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG). No ano passado, houve melhora a partir do mês de setembro. De acordo com o economista-chefe da AICG, Normann Kallmus "as condições gerais são de melhora, embora a recuperação do comércio ainda seja lenta".
O MCV consiste em um índice calculado a partir da coleta dos dados do setor comerciário, como transações realizadas entre empresas, consumidores e o próprio comércio. Dessa forma, são calculados dois sub índices, o MCV-PF que avalia transações entre pessoas físicas e as empresas do setor terciário e o MCV-PJ que analisa transações efetuadas entre empresas. O presidente da associação considera que a atividade comercial tem como principal característica a sazonalidade, períodos do ano em que há mais transações do que outros, e o cálculo do MCV tem base fixa pela média do desempenho do setor no ano de 2014.
O índice de dezembro de 2016, baseado nesse cálculo, foi de 122 pontos, valor 22 pontos acima do indicador de novembro e ainda 21 pontos acima do índice de dezembro de 2015. De acordo com Kallmus, os índices de outubro e novembro devem cair, um fenômeno que se repete todos os anos. “Se comparar os indicadores todo mês de dezembro nos últimos cinco anos é possível observar que 2015 foi um ano melhor que 2012. A queda do indicador em relação aos dois meses anteriores se repete sazonalmente”.
As lojas da Capital ficaram abertas até às 22h durante o mês de dezembro, com o objetivo de aumentar o número de vendas. O horário especial de fim de ano foi um acordo entre a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul (Fecomércio) e os lojistas. Conforme Pesquisa de Intenção de Compras de 2016, realizada pelo Instituto de Pesquisas da Fecomércio e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso do Sul (Sebrae/MS), a tendência era de que mais da metade da população fosse às compras no final do ano, independente do cenário de crise.
O presidente da ACICG, João Carlos Polidoro afirmou que houve aumento na quantidade de consumidores por causa do pagamento do 13º salário. Polidoro ressalta que "por meio dos boletins econômicos da Associação, também foi possível constatar a tendência, ainda que a passos lentos".
Para o gerente operacional de loja no centro de Campo Grande, Ramon Cristaldo Filho, uma das mudanças identificadas nas vendas de fim de ano foi o aumento do crédito do cliente. “Foi mais fácil para o cliente comprar, com isso vem a crescer um pouquinho a quantidade de pares (de sapato) vendidos. O horário que estendeu foi bom porque todo mundo querendo ou não sai de casa pensando que o centro vai fechar mais tarde, não tem aquela pressa de comprar, e isso dá um ar de tranquilidade pro cliente ter mais vontade de ir ao centro comprar".
A gestora da Wizard do bairro Carandá Bosque, Luana Mercado afirma que aproveitou o horário especial do comércio para fazer compras de final de ano após sair do trabalho.