FERROVIA

Acadêmicos de Arquitetura da UFMS projetam revitalização do complexo ferroviário

O objetivo dos projetos é resgatar a história do local e fomentar debates sobre a utilização do espaço

Adrielle Santana e Caroline Cardoso25/06/2014 - 01h36
Compartilhe:

O complexo ferroviário de Campo Grande está em processo de degradação, como afirma o professor e coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Ângelo Arruda. Com orientação do professor Arruda, alunos do quarto ano do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMS elaboram projetos na disciplina integrada Projeto de Urbanismo e Paisagismo, em que, com base na história do local, montam um novo uso da área da antiga Estação Ferroviária de acordo com as necessidades da cidade e do público. Segundo o professor, “o local encontra-se em situação deplorável no ponto de vista arquitetônico e urbanístico. É como se a gente fosse à Europa e os franceses não cuidassem da Catedral de Notre Dame, é uma situação difícil”. O complexo compreende a estação central, a esplanada e o traçado dos trilhos no centro da cidade

A acadêmica Anna Zamai relata que “antes de tudo temos que saber os elementos teóricos sobre o lugar para começar a projetar. Depois disso, é criar o projeto com todas as partes arquitetônicas, além de paisagismo e de tudo que a gente estuda”. A intenção é criar um parque urbano, com esporte, lazer, cultura e entretenimento.

 A acadêmica Luana Torraca explica que “dentro da área tem a Estação Ferroviária que hoje está funcionando como um museu, o Armazém Cultural, a antiga Rotunda, depósito de locomotivas de forma circular que por sinal está abandonada e a Feira Central. E no caso trabalharíamos com intervenções na área ambiental e educacional, resgatando o valor cultural da área”.

O professor Ângelo Arruda destaca ainda que o projeto tem um desafio. “É um projeto integrado dentro de uma área de 20 hectares que abrange todo o complexo tombado como patrimônio histórico que começa na Avenida Mato Grosso e acaba na Rua Eça de Queiroz, envolvendo os prédios tombados e não tombados, as áreas livres, as ruas e a Feira Central, que está na área, mas não é tombada, pois foi construída depois”.  

Para o acadêmico Lucas Nascimento falta valorização da história do local. “Ninguém sabe que foi ali que tudo começou. Então, a importância desse projeto seria a gente trazer essa memória histórica para a população, os fazer reconhecer que ali é uma área de grande importância, que a população use aquela área, pois tem que continuar viva”.

O objetivo da disciplina não é colocar o projeto em prática, e sim fomentar um debate sobre o assunto. O professor Arruda complementa que “pretendemos expor na Universidade e depois nos shoppings, na Câmara dos Vereadores e na própria Esplanada Ferroviária essa discussão, o que fazer naquela área tão bonita, mas descuidada”. Ele fala ainda sobre a falta de movimentação do poder público em relação ao local. “Não há nenhuma atitude. Eu participei de um debate promovido pela Fundação de Cultura há um mês e só para esse que fomos convidados”.

Compartilhe:

Deixe seu Comentário

Leia Também