EDUCAÇÃO

Acadêmicos de jornalismo do estado ganham prêmio nacional de comunicação

A reportagem Radiofonica vencedora "Ninguém vive só de soja" trata sobre cultura familiar

Camila Andrade, Raquel Eschiletti e Rúbia Pedra13/09/2019 - 00h43
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Os estudantes Agatha Rodrigues e Marco Antonio da Cruz ganharam um prêmio de jornalismo na Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom), com a reportagem produzida para rádio “Ninguém vive só de soja”, no segundo semestre de 2018. Eles representaram o curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) na categoria de melhor reportagem em radiojornalismo. O tema surgiu a partir de uma declaração do então candidato à presidência, Jair Bolsonaro sobre a criminalização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no período eleitoral.

Para Marco Antonio da Cruz o tema escolhido se enquadra entre as questões sociais como foco do jornalismo. Foram mais de quatro horas de áudio reduzidas a 20 minutos de reportagem. Agatha Rodrigues complementa que a premiação auxilia na qualificação do currículo e traz oportunidades para os vencedores. “É um atestado que seu trabalho está muito bom, não é só você e seu nicho que pensam isso. Poder colocar no seu currículo que você ganhou um prêmio nacional e que fala de agricultura familiar, movimento social e MST em uma atualidade que quase não se discute”.

A Expocom é uma premiação de trabalhos experimentais produzidos por estudantes de graduação em Comunicação no país, ocorreu entre os dias 2 e 7 de setembro, na 42º edição do Congresso Brasileiro de Comunicação de 2019, em Belém.  O regulamento do prêmio exige que todos os produtos inscritos sejam produzidos sob orientação ou supervisão de um ou mais professores e são divididos em três categorias, Jornalismo, Publicidade e Propaganda, e Relações Públicas; e Comunicação Organizacional.  Os trabalhos premiados foram classificados na Expocom Centro-Oeste de 2019, realizada em Goiânia, na Universidade Federal de Goiás (UFG).

A diretora da região Centro-Oeste da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), Daniela Ota afirma que há uma média de 150 trabalhos inscritos na região. "Este ano conseguimos inscrever trabalhos em 18 categorias, e a gente sabe que nessa etapa nacional é mais dificil porque são os melhores trabalhos das cinco regiões do país."

A coordenadora local do evento, Maria Ataíde Malcher destacou que receber um prêmio do Expocom é simbólico e que a experiência de participar do congresso é a mais enriquecedora. Ela acredita que a premiação é um incentivo para a formação de profissonais capazes de atender às necessidades do mercado de trabalho.

A Expocom acontece, todos os anos, durante o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Em 2019 foi realizada na Universidade Federal do Pará  (UFPA). O congresso promovido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, Intercom, divulga e estimula a produção científica em Comunicação no Brasil, de forma interdisciplinar. O tema deste ano foi “Fluxos Comunicacionais e Crise da Democracia”. Daniela Ota destaca que além dos pontos levantados por Maria Ataíde, mostrar os trabalhos é importante para reafirmar a produção acadêmica no contexto em que se contesta o que é produzido pelas universidades públicas. 

Daniela Ota afirma que desde 20xx Mato Grosso do Sul ganha em pelo menos uma categoria (Foto: Raquel Eschiletti)

Alunos de graduação e professores da UFMS também apresentaram trabalhos nos Grupos de Pesquisa (GP) durante o evento. A professora do curso de Jornalismo da UFMS, Dra. Katarini Miguel apresentou um relato de pesquisa  "Histórias socioambientais: experiência de jornalismos na plataforma Medium". Ela ressalta que é importante ter um evento capaz de gerar discussões. “O congresso é o maior da área de comunicação, e se configura como um espaço de troca e compartilhamento sobre as pesquisas e trabalhos na área de comunicação, é importante participar do evento, ainda mais em um momento como esse, em que se questiona tanto o que a universidade está produzindo”.

Os professores do curso de Jornalismo da UFMS, Marcos Paulo da Silva e Felipe Quintino também participaram dos Grupos de Pesquisa (GP). O professor e vice-coordenador do GP de Teorias do Jornalismo, Marcos Paulo da Silva apresentou relato de pesquisa desenvolvido com a aluna de graduação Mara Machado, “Gatekeeping e percepção de noticiabilidade entre jornalistas, assessores e leitores de jornais de Campo Grande (MS)”. O professor Felipe Quintino participou do GP de História, e falou sobre a relação entre a história e a trajetória do jornalista Zuenir Ventura, e sua produção no jornal Tribuna da Imprensa na década de 1950, resultado das pesquisas que realizou no curso de doutorado na Universidade de São Paulo (USP). 

Mato Grosso do Sul foi representado por 10 acadêmicos dos curso de Comunicação, sete da UFMS e três da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). 

Confira a lista dos participantes e seus trabalhos:

Leticia Marquine Florindo | UFMS - Primeira Notícia
Fernanda Karla Venditte | UFMS  - Jornal Laboratório Projétil
Danielle Errobidarte Matos | UFMS - Revista Ponto - Livre
Marco Antonio da Cruz Fernandes | UFMS - Ninguém vive só de soja
Raquel Eschiletti P. de Oliveira | UFMS - Diferenças em comum
Ariadna Thalia Z. Braz | UFMS - Projeto Gráfico do Jornal Laboratório Projétil
Norberto Liberator Neto | UFMS - Diasporados
Kamila Antero de Oliveira | UCDB - Fale por elas
Anna Flávia Camargo Santos | UCDB - Blink Play
Matheus F. Carvalho | UCDB  - Nêga: Uma produção audiovisual fundamentada na semiótica
 

 

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