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Professor do curso de Letras da UFMS ministra aula ao ar livre por falta de salas disponíveis

Estudantes relataram que a falta de salas de aula e a distância entre as salas disponíveis causam atrasos na entrega e apresentações de trabalhos e adiam provas; o curso recebeu, em 2024, nota cinco na avaliação do Ministério da Educação

Ana Beatriz Leal, Gabriel Diniz, Mateus Adriano e Raíssa Rojas22/11/2024 - 10h59
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O professor Jair Zandoná do curso de Licenciatura em Letras (Português-Inglês) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) ministrou aula na área externa do bloco de salas de aula. Zandoná reservou uma sala no bloco de Salas de Aula da UFMS para a disciplina. A sala de aula estava ocupada por outro professor.

O aluno do Curso, Jacob de Castro, relatou a situação em grupo de WhastApp que reúne os centros acadêmicos dos cursos da UFMS. Os estudantes do 4° semestre do Curso foram os mais afetados. O Curso tem poucas salas de aula para comportar o número de alunos que ingressam todos os anos, cinco salas disponíveis e 128 alunos matrículados na graduação.

Segundo o professor do curso de Letras da UFMS, Jair Zandoná, que ministrava a disciplina, a aula foi "feita embaixo de uma árvore para que a turma pudesse se acomodar da melhor forma possível enquanto uma sala não ficasse disponível". Zandoná explica que pouco tempo depois "conseguiram liberar uma sala para que a turma pudesse ter aula no restante do turno".

O estudante do curso de Letras da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação (Faalc) da UFMS, Fabrício Ponciano aponta que o curso dispõe de poucas salas. “Por algum motivo, ficamos sem sala de aula por mais de um dia e algumas aulas precisaram ser feitas embaixo de um pé de manga. Tivemos adiamento de provas e de entrega de trabalhos, ficamos acumulados para entregar tudo no final de semestre por conta disso”. Rocha afirma que a distância entre as salas disponíveis é grande para o intervalo entre as aulas . “O nosso bloco conta com apenas quatro salas de aula, então sempre temos que ficar nos dividindo entre os blocos de música, Inqui. Algumas turmas, dependendo do semestre, tem o azar de precisar ficar fazendo essa locomoção o tempo todo entre as aulas”.

Segundo a professora do curso de Letras, Cleovia Almeida os professores conhecem os "problemas de ensalamento perto do horário de ministrar a aula" e que isso impacta disciplina. “A estrutura do curso enquanto espaço físico está muito complicada, muitos alunos precisam se deslocar do bloco, que fica próximo ao banco Sicredi na faculdade, até o Lago do Amor. Além disso, somos surpreendidos com falta de salas de última hora e, sem uma resolução do órgão responsável pelo ensalamento, precisamos dar aulas nos corredores, embaixo de árvores”. Nota publicada pela Agência de Comunicação Social e Científica (Agecom) da UFMS informa que o curso recebeu nota cinco do Ministério da Educação (MEC) em 2024. 

A coordenadora do curso de Letras, Damaris Pereira afirma que a má organização e a falta de disponibilidade de salas é responsabilidade da Universidade. “A universidade diz que os cursos não têm salas, as salas são da universidade, então nós reservamos as salas, mas chegamos lá e tem outros professores as usando. Parece que não há respeito de outros professores de outros cursos em relação ao ensalamento reservado. Já solicitei que as salas para o curso fossem aqui ao redor do bloco, do lado de cá do lago, mas me disseram que não tinha autoridade nem autonomia para fazer isso”.

PRIMEIRA NOTÍCIA · Damaris Pereira fala sobre a falta de salas para o curso de Letras na UFMS

Segundo o diretor da Faalc e professor do curso de Música, Gustavo Penha, a organização e divisão de salas é uma responsabilidade da Pró-Reitoria de Administração e Infraestrutura (Proadi). “A Proadi não se manifesta em relação aos agendamentos errados, além disso é um problema geral, de vários cursos. Acredito que alguns professores nossos fazem isso também, não posso dizer que não fazem, mas precisa haver um controle melhor, se eu soubesse dessas dificuldades, era fácil de resolver”.

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