A Subsecretaria de Políticas para a Juventude (Subjuv) iniciou os aulões preparatórios para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021 no dia 23 de outubro, com uma semana de atraso por causa do temporal de sexta-feira (15). Os aulões possuem 50 vagas com programação no dia 30 de outubro, 6 e 13 de novembro, início às 8 horas, com normas de distanciamento social. As aulas são gratuitas e fazem parte de um projeto piloto da Subjuv, que se tornará permanente em 2022 e tem o propósito de valorizar a educação dos jovens e adultos de Campo Grande que saíram do Ensino Médio ou que interromperam os estudos e desejam cursar o ensino superior.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), Mato Grosso do Sul teve 70.327 inscritos no Enem 2019, enquanto o exame de 2021 soma 52.657, o que corresponde a uma queda de 17.67 inscrições em dois anos. Mato Grosso do Sul ocupa o 6º lugar entre os 26 estados, além do Distrito Federal, com o menor número de inscrições, atrás apenas de Roraima, Acre, Amapá, Tocantins e Rondônia.
O Enem foi criado em 1998 e avalia os conhecimentos gerais do estudante após sua conclusão no nível de escolaridade básica. O exame é utilizado para a seleção de estudantes que desejam uma bolsa no Programa Universidade Para Todos (ProUni), além do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A nota do exame também é utilizada em processos seletivos de instituições superiores de Portugal que possuem convênio com o Inep.
A professora de redação, Claudia Silva afirma que a pandemia ressalta a desigualdade social entre alunos de classe baixa e alta e a dificuldade de acesso às tecnologias, como o próprio Google Meet e Classroom. Ela também menciona o número de inscritos do Enem 2021, que foi o menor desde 2005 com cerca de 3 milhões de inscrições confirmadas. “Esses números refletem um grupo de jovens e estudantes, que acabam refletindo toda uma sociedade, chegando em um ponto onde falam “pra quê? Eu não tive nada, eu vou lá fazer o quê?”. Eu vejo como um desestímulo generalizado que vem de um desgaste de perceberem que ficaram muito tempo parados e que não dá mais tempo”.