EDUCAÇÃO

Campo Grande ocupa o 4º lugar no Índice de Desevolvimento da Educação Básica das escolas públicas

A média alcançada pelos anos iniciais e finais do ensino fundamental ficou acima da média nacional das escolas públicas

Julisandy Ferreira, Thalia Zortéa e Thalya Godoy30/09/2018 - 16h31
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O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2017, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostra que Campo Grande ocupa o nono lugar das escolas públicas municipais entre as capitais nos anos iniciais e o quarto lugar nos anos finais. De acordo com os dados divulgados em agosto, a Rede Municipal de Ensino (Reme) alcançou a nota 5,7 do primeiro ao quinto ano e 5,0 entre o sexto a nono ano. A média nacional para os anos iniciais de escolas públicas é 5,5 e 4,4 para os anos finais.

A Escola Municipal Major Aviador Y Juca Pirama, localizada na Vila Base Aérea, ocupa a primeira colocação de Campo Grande com média 6,5 nos anos finais. Do primeiro ao quinto ano, a Escola Municipal Professor Luis Antônio de Sá Carvalho, localizada na Vila Célia, alcançou a nota 7,6, maior da rede pública da capital e a segunda maior de Mato Grosso do Sul. O segundo lugar da Reme na mesma categoria é da Escola de Tempo Integral (ETI) Professora Ana Lúcia de Oliveira Batista, localizada no Jardim Paulo Coelho Machado, com média 7,2.

O Ideb foi criado em 2007 e reúne os resultados de aprovação dos alunos calculado a partir dos dados do Censo Escolar e as médias de desempenho nas avaliações do Inep e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), antiga Prova Brasil. Segundo o informativo do índice, foram 3.314 escolas municipais observadas em nível inicial e 5.199 em nível final de todo Brasil. De acordo com dados do Inep, 1.477 escolas públicas de Mato Grosso do Sul finalizaram a declaração dos dados do Censo Escolar de 2018, o que corresponde a 83,68% do total de escolas no estado.
 
A chefe da Divisão de Avaliação da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Alcione Aparecida Ribeiro Valadares explica que a média calculada pelo Saeb funciona por níveis de conhecimento aprendidos pelos estudantes em avaliações de português e matemática. “Essa média é distribuída por níveis de aprendizados e conhecimentos que os alunos deveriam ter nesse ano e nessa faixa etária. Ela é transformada em uma nota padronizada, que junto com os índices de aprovação dos alunos, compõem a média do Ideb”.

O superintendente de Gestão das Políticas Educacionais da Semed, Waldir Leonel afirma que uma das maiores dificuldades para a gestão educacional do município são causas externas que afetam no ambiente escolar. “Tem alguns fatores que interferem, como a violência em volta da escola, que muitas vezes é levada para dentro”.  

Para a realização da prova do Saeb são avaliados os estudantes do quinto e nono ano. A coordenadora pedagógica da Escola Municipal Professor Luis Antônio de Sá Carvalho, Elaine Chaves explica que atividades diferenciadas que correspondam com a capacidade de aprendizagem de cada aluno desde os primeiros anos de ensino são fundamentais. “Quando a gente não consegue atingir o aluno com o currículo, procuramos formas diferentes. Nós temos um levantamento dos que têm maior dificuldade que são trabalhados no planejamento do professor, eles levam atividade extra para casa”.

A coordenadora pedagógica afirma que as formações continuadas oferecidas pela Semed e pela escola, dentro do que é proposto pela Reme, são importantes para a atuação do professor na aprendizagem do aluno. “O estudo é a única ferramenta que nós temos para trabalhar uma mudança social. Então, para o professor que estuda, os horizontes se abrem e, quando isso acontece, nós temos condições de atingir o nosso aluno de uma maneira mais positiva e atendê-lo na maior necessidade que ele tem, que é o aprendizado”.

A professora de matemática da Escola Municipal Professor Luis Antônio de Sá Carvalho, Giséla Correia afirma que a formação continuada é um trabalho em equipe para a resolução de problemas. “Qualquer formação é válida, sempre traz algum conhecimento a mais. Da escola, sempre visamos melhorar alguns pontos nas formações. Se tem alguma falha, então a formação é destinada a cobrir e sanar ela. A gente faz isso no coletivo, a partir de opiniões e com um fechamento no geral”.

Giséla Correia possui especialização em Educação Matemática e explica que vê diferença na interação com os alunos em sala de aula depois da aplicação das formações continuadas. “Eu acho que as aulas são mais dinâmicas, é algo que eu tenho ajustado em mim essa questão dos jogos, atividades diferentes. O problema é que o conteúdo de matemática é muito extenso e tem pouco tempo. Você fica naquela briga, conteúdo e atividade diferenciada”.

O superintendente de Gestão das Políticas Educacionais da Semed, Waldir Leonel afirma que a qualificação oferecida na universidade é insuficiente para preparar o professor para a realidade da sala de aula em alguns casos. “A partir  do momento que você tem um profissional recém formado que não teve toda a qualificação ou todas as habilidades desenvolvidas no prazo que esteve na graduação, nós precisamos dar formação continuada para prepará-lo a continuar na sala de aula e ter novas formas de atuar pedagogicamente”.

A formação continuada é garantida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) e prevê cursos de educação profissional, cursos superiores de graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação. A coordenadora pedagógica da Escola Municipal Major Aviador Y Juca Pirama de Almeida, Márcia Coelho de Lima explica que o incentivo da Reme para a formação continuada é dado a todos os profissionais educadores. 

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