A Secretaria Municipal de Educação (Semed), em parceria a Subsecretaria de Bem-Estar Animal (Subea) elaborou a primeira Cartilha de Bem-Estar Animal de Campo Grande, a Cartibea. A Subea utiliza o material informativo em ações educativas e iniciou a distribuição nas escolas da Rede Municipal de Ensino. A cartilha é utilizada como complemento das palestras da Subsecretaria sobre a conscientização de bem-estar animal.
A Cartibea tem abordagem pedagógica sobre a posse responsável, castração, cuidados para os animais domésticos e zoonoses. A estimativa é que existam 303 mil animais domiciliados em Campo Grande, os animais doentes que estão sem tratamento são portadores de doenças e transmitem para os seres humanos. Os alunos aplicam os conhecimentos em casa, com os seus animais de estimação.
A distribuição da primeira Cartilha de Bem-Estar Animal (Cartibea) nas escolas da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande iniciou na segunda semana de setembro. De acordo com a chefe da Divisão do Ensino Fundamental e Médio da Semed, Ana Ribas o material conscientiza as crianças sobre o tratamento dos animais. “Essa consciência crítica pode ser fomentada desde a educação infantil, por meio desses materiais que, de alguma forma, trazem o conteúdo com uma linguagem lúdica”.
A pedagoga da Subea, Géssyka Câmara auxiliou na elaboração da cartilha e ressalta que produziram o material para ampliar as ações educativas que a Subsecretaria realiza nas escolas desde o começo do ano. “Hoje nós fazemos palestras e agora a cartilha é algo mais palpável. A gente espera que ela traga mais impacto para as crianças pela questão visual, além de ser algo que elas possam não ter só naquele momento de palestra, mas ter durante todo o ano letivo”.
De acordo com a professora da Rede Municipal de Ensino (Reme), Ana Paula Pontes a conscientização do bem-estar animal deve ser debatida nas salas de aula. A professora afirma que ensina como tratar corretamente os animais na Educação Infantil e destaca que as crianças passam o conhecimento para as famílias. “Quanto mais cedo a gente começar, as mudanças acontecem, porque a criança passa para a família o que ela aprende, e ela passa a cobrar o comportamento. Eles vão atuando na família com essa questão da conscientização, da importância do respeito com o animalzinho”.
O aluno da Escola Municipal Virgílio Campos, Isaac Medina, de oito anos, destaca que aprendeu na escola como cuidar do animal de estimação. “A gente precisa tratar ela bem, ter muito carinho com ela e não ficar dando chute, deixando ela cair. Aí, e se eu for pegar ela no colo, eu tenho que ter muito cuidado”. A aluna Carolina Pontes, de sete anos, aprendeu que os animais de estimação devem ter coleira com número de telefone, nome e se deve usar a guia no momento do passeio.
A veterinária e presidente da Organização Não Governamental Abrigo dos Bichos, Maria Lúcia Metelo destaca que participa nos projetos da Subea e ressalta que há necessidade de colaboração entre ONGs e o poder público. "Eu acho que precisamos ter um trabalho mais em conjunto, porque o poder público precisa fazer seu dever de casa. Com isso, todo mundo ganha, o animal que é respeitado, as ONGs que terão menos trabalho e o cidadão conscientizado. Por fim, eu posso falar que isso tudo se traduz em saúde pública, porque animais nas ruas trazem zoonoses para dentro das nossas casas, e zoonoses são doenças transmitidas dos animais para os humanos".