PESQUISA JÚNIOR

Estudantes sul-mato-grossenses ganham prêmios na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia

Pesquisa júnior em Mato Grosso do Sul aumentou mais de 157% em prêmios e 240% em projetos em relação à 2015

Gustavo Zampieri, Larissa Ivama e Sarah Santos27/03/2018 - 10h48
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Pesquisadores juniores de Mato Grosso do Sul ganharam 22 prêmios com 12 projetos científicos na 16ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE). A premiação aconteceu no dia 16 de março, na Universidade de São Paulo (USP). O estado teve aumento de mais de 157% de títulos premiados em relação a 2015 com 14 premiações de cinco projetos. Em 2016, o número foi de 20 prêmios com 10 projetos. Em 2017, a delegação sul-mato-grossense obteve 17 premiações de 8 projetos.

A FEBRACE é a maior feira de ciências do país, acontece desde 2003 e podem participar estudantes do 8º e 9º ano do Ensino Médio e Técnico. As credenciais para a Feira são distribuídas por meio do processo seletivo nacional ou pelas premiações em feiras regionais. A mostra reúne projetos de todo o país com temas em todas as áreas do conhecimento com o objetivo de estimular a pesquisa científica e promover  intercâmbio do ensino superior com o médio e fundamental. 

O professor doutor Ivo Leite Filho é coordenador geral da Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências (FETEC MS) da região Centro-Oeste e organizador da delegação de alunos representantes de Mato Grosso do Sul. Os estudantes que participaram da FEBRACE este ano eram de escolas estaduais, municipais, particulares e do Instituto Federal. Ivo Leite Filho afirma que este crescimento acontece desde 2012. “Saímos de nove projetos em 2012 para 21 trabalhos em 2018. Seria mais de 100% de aumento em termos de representatividade".

Ivo Leite Filho salienta que Mato Grosso do Sul possui feiras científicas municipais, que oferecem vagas para que os participantes com melhores trabalhos apresentem seus trabalhos na FETEC MS. Da mesma maneira, a FETEC MS premia os projetos de maior potencial com credenciais para a FEBRACE. Na feira estadual, são cinco lugares oferecidas para as pesquisas que mais se destacam. O professor afirma que a produção científica contribui para o desenvolvimento dos estudantes do estado. “A experiência permite que o aluno que tem habilidade e potencial para desenvolver a pesquisa consiga receber apoios desde a educação básica, também tira do senso comum a ideia de que só é possível trabalhar com pesquisa no ensino superior e por último, começa a dar espaço para potenciais valores na educação básica, que antes não eram vistos, como a aplicação dos conteúdos aprendidos”.

A professora de geografia, Fabiana Cabral participou da Feira Nacional como orientadora de projetos científicos juniores e relata que na escola em que trabalha a produção de uma pesquisa científica tem a duração de um ano. “As ideias surgem a partir de problemas ou situações que eles gostariam de mudar”. Fabiana Cabral afirma que  a autonomia para a pesquisa e para os estudos é o principal objetivo na elaboração dos trabalhos. “É o conhecimento que eles acabam construindo, a responsabilidade, o compromisso e a organização, porque a Iniciação Científica no Ensino Básico precisa ter um trabalho bem presente do orientador.” 

Fabiana Cabral foi orientadora do estudante Fabricio Pupo, de 14 anos, que apresentou o projeto “Estudo sobre sexo, gênero e orientação sexual a partir da análise literária da obra "A Garota Dinamarquesa" de David Ebershoff.” Pupo propôs o tema após observar seu colega de classe ser chamado de “afeminado” por outros alunos. “Piorou quando esse menino começou a namorar uma menina “dita heterossexual”" . Com isso, percebeu a falta de conhecimento sobre esse assunto e a transição das pessoas no sexo, gênero e orientação sexual, semelhante a personagem principal do livro utilizado como objeto na pesquisa.

O projeto elaborado por Fabricio Pupo deu a oportunidade de ter contato com o autor do livro “A Garota Dinamarquesa”, David Ebersh off, debate com professores universitários de outros estados e um convite para escrever um livro com relatos de sua experiência como pesquisador e a apresentação do projeto em escolas de Ensino Médio. Na FEBRACE, o projeto de Fabrício Pupo recebeu os prêmios de 1º lugar em Ciências Humanas, credencial para o evento científico “Veraño Nacional Científico para Estudiantes Sobresalientes” (VFNCES), no México e título de melhor projeto do estado.

Luiz Fernando da Silva Borges foi pesquisador júnior e participou de feiras científicas municipais, estaduais, nacionais e internacionais. Ele também representou o país duas vezes e recebeu o prêmios na “Intel Isef”, maior feira científica do mundo. O estudante desenvolve pesquisas em Engenharia Biomédica desde os 14 anos e relata que a pesquisa o proporcionou viagens pelo Brasil e por outros países como Estados Unidos e Panamá.

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