A procura de atores e atrizes foi divulgada entre amigos e veículos de comunicação e a seleção de elenco ocorreu em dois dias, no Teatro Aracy Balabanian, localizado no Centro Cultural José Octávio Guizzo. A preparadora de elenco Nadja Mitidiero realizou várias atividades para avaliar a desenvoltura das crianças. O diretor do curta ressalta que estava ciente de que encontraria crianças com pouca experiência em atuação. “Durante o processo selecionamos um garoto chamado Vitor Vieira, que mora no bairro Moreninhas. Ele nunca tinha atuado e nunca tinha feito teatro, mas demonstrou muita naturalidade para interpretar e falar textos decorados”.
Silva propôs a exibição de “As Invenções de Akins” em escolas da rede municipal de ensino de Campo Grande, por se tratar de um filme educativo e de entretenimento infantil, que pode ser utilizado como ferramenta pedagógica. A Secretaria Municipal de Educação (Semed) escolheu 10 escolas para apresentar o curta-metragem e realizar debates com os alunos.
O cineasta relata que a ideia da exibição em escolas de ensino fundamental surgiu por causa dos temas relevantes abordados no curta, como a importância da ciência e pesquisa, persistência e auto-aprendizado. O equipamento criado pelo protagonista no curta-metragem é inspirado na máquina de Rube Goldberg, popularmente conhecida nos Estados Unidos e utilizada em escolas para ensinar física, química e princípios de engenharia para crianças.
Silva ressalva que, entre as propostas de ferramentas pedagógicas, está a elaboração de oficinas, para que as crianças coloquem em prática os conceitos aprendidos nas aulas de ciências, ao desenvolverem a criatividade e produzirem seus próprios brinquedos. “Na semana de formação de professores, apontei dois caminhos que os professores podem utilizar. Um é o cinema em sala de aula, seja com o meu curta-metragem ou qualquer outro, para promover análises fílmicas e fazer atividades para interpretação de texto. O outro é estimular as crianças a fazerem filmes em sala de aula”.
A Escola Municipal Elpídio Reis foi uma das selecionadas para a exibição de “As Invenções de Akins”. A coordenadora do terceiro, quarto e quinto ano do ensino fundamental, Mirian Karla Janu explica que, após a apresentação do curta, os alunos foram incentivados a desenvolverem projetos relacionados aos conteúdos aplicados em sala de aula. “Tiveram duas meninas do quarto ano que assistiram o curta, ficaram super animadas e pensaram em projeto de transformação de materiais recicláveis em brinquedos”. Ela ressalta que a intenção é desenvolver a iniciativa em 2019, com oficinas na biblioteca da escola. Segundo a coordenadora, a coleta de materiais recicláveis para vender a indústrias e arrecadar fundos para manutenção da estrutura física da escola foi outro projeto proposto pelos alunos.
Incentivo cultural
Para Renata Leoni, há diversidade nas propostas
(Foto: Ana Karla Flores)
O curta-metragem foi financiado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur) por meio do Fundo Municipal de Investimento Cultural (Fmic). A gerente de políticas públicas e dos fundos municipais da Sectur, Renata Leoni explica que o Fmic é um investimento que a Prefeitura Municipal de Campo Grande disponibiliza anualmente com o objetivo de receber propostas de artistas e produtores culturais da cidade.
A seleção de projetos é realizada em três etapas, análise técnica, análise do mérito e contratação. Cada etapa possui uma comissão específica para avaliação das propostas encaminhadas pelo edital. Gestores fiscais designados pela Secretaria, após a contratação, acompanham o desenvolvimento dos projetos contemplados para produção.
Renata Leoni ressalta que o audiovisual é a segunda maior demanda e que a Sectur tem a intenção de fazer uma parceria com a Agência Nacional de Cinema (Ancine), para obter recursos e incrementar a produção. “Temos muita demanda da produção e o recurso ainda é limitado. Então, precisamos fazer isso com muita cautela, muito cuidado pra poder fazer um bom investimento pra dar bastante retorno”.