Estudantes e profissionais da educação realizaram Ato em Campo Grande a favor da revogação do Novo Ensino Médio, estabelecido pela Lei 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Os manifestantes realizaram uma passeata na Avenida Afonso Pena, que iniciou na Praça do Rádio e foi em direção à Escola Estadual Joaquim Murtinho. O Sindicato Campo-grandense dos Profissionais de Educação Pública (ACP) realizou panfletagens em frente à Escola.
A manifestação foi organizada por estudantes e pelo Comitê MS Pela Revogação do Ensino Médio, e recebeu o apoio da ACP e da Federação dos Trabalhadores em Educação (Fetems). A nova organização de ensino é rejeitada por professores e alunos das redes públicas de ensino da Capital por retirarem do currículo disciplinas da Educação Básica e as substituírem por Itinerários Formativos. O segundo ato na Capital foi promovido em decorrência da suspensão do novo modelo de ensino pela Portaria Nº 627.
A publicação da Portaria, que suspende por 60 dias o calendário de implementação do Novo Ensino Médio ocorreu após o primeiro Ato pela revogação do modelo. A medida mantém o calendário dos estudantes da Rede Pública de Mato Grosso do Sul que cursam a nova metodologia de ensino. A Portaria também prevê que a organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 fique suspensa por 60 dias para que mudanças no Novo Ensino Médio sejam implementadas e assim se adequem a prova com novas questões e formatos adequados às alterações.
O secretário de Educação do Estado, Hélio Daher afirma que o modelo do Novo Ensino Médio está implementado em todas as escolas de Mato Grosso do Sul. "No nosso cronograma, não interrompeu em nada porque não podemos mudar nada durante o ano letivo. O aluno não pode começar o ensino médio de um jeito e terminar de outro. Esse ano não muda nada, a proposta é que com as discussões, entre em vigor novas alterações para melhorar o ensino médio". Hélio Daher ressalta que as mudanças propostas ao novo modelo de ensino serão feitas a partir de 2024.
A professora do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e representante da Associação de Docentes da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Érika Porceli afirma que a suspensão do Novo Ensino Médio é um processo de transição do Governo. “A suspensão indica um ponto de parada que chama a sociedade para parar e pensar sobre esse novo modelo de ensino, mas ela não é suficiente, é necessário um modelo que apoie a educação pública brasileira”. Érika Porceli ressalta que Mato Grosso do Sul antecipou o processo de implementação do Novo Ensino Médio com o Programa de oferta do Ensino Médio em Tempo Integral.