EDUCAÇÃO

Escola de Verão de Química recebe 160 alunos de 22 escolas

Projeto tem o objetivo de ampliar o conhecimento de estudantes sobre as áreas de ciência e tecnologia

Daiana Porto, Gabriela Zaleski e Giovana Silveira19/02/2017 - 23h43
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A Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), por meio do Instituto de Química (Inqui), realiza pela primeira vez a Escola de Verão de Química. Entre os dias 13 a 24 de fevereiro, acadêmicos do quarto e quinto ano do curso de licenciatura em Química ministram cursos para alunos do Ensino Fundamental, Médio e Técnico, com o objetivo de ampliar o conhecimento científico e tecnológico da área. A Escola de Verão oferece 18 cursos e os mais procurados são Produção de Biodiesel, Química Luminosa e Reações e nosso dia a dia.

A Escola de Verão do Instituto de Química da UFMS é coordenada pelo professor Ivo Leite Filho e pela professora Daniele Correia. Segundo o professor, um dos motivos para a criação da Escola de Verão é a demanda que recebiam das escolas. “A gente lançou um desafio, queríamos fazer uma coisa que pudesse ser muito diferente e ocupando o espaço da universidade. E ocupando crianças que, muitas delas já conheciam o ambiente da universidade por meio da Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de Mato Groso do Sul (Fetec/MS) e por meio de outras atividades que fizemos”. O professor afirma que o resultado foi surpreendente, com a procura e a participação dos alunos.

Professor se surpreendeu com alunos (Foto: Daiana Porto)

Segundo o professor, 160 alunos de 22 escolas participam dos cursos com idade entre 13 e 17 anos."É muito importante que, independente da faixa etária, eles tenham esse momento de experimentação e dinâmica, é muito legal ouvir deles que agora finalmente estão vendo na prática o que aprendem na escola com a teoria".

De acordo com a professora Daniele Correia, as mães dos alunos estão satisfeitas com a proposta do projeto. “A gente tem algumas mães que vêm trazer e buscar os filhos, elas ficam aqui na sala esperando e elas estão adorando o curso. Eles trazem essa informação para casa, que estão gostando, alguns já até se manifestaram que querem fazer curso de química, isso para gente é muito gratificante. Inclusive, semana passada encontrei com um pai e disse assim 'professora faça isso de novo, como é bom ver meu filho chegar em casa inspirado’, isso é muito legal”.

A mãe de dois estudantes que participam da Escola de Verão, Andreia Miguita afirma que aprova a ida dos filhos ao projeto. “Eu gosto muito que eles venham aqui na universidade, porque eles aprendem muito. Na verdade assim, no colégio onde eles estudam tem um laboratório e eles nunca utilizam, então o que eles veem nos livros, eles não conseguem visualizar no laboratório da escola, e aqui eles viram quase tudo que foi ensinado no primeiro ano do ensino médio, que meu filho faz. E a minha filha está no nono ano e nunca viu química, mas para ela é bom também porque ela vai ver futuramente”.

O estudante do primeiro ano do Ensino Médio de uma escola particular de Campo Grande, Pedro Augusto Varela se inscreveu na Escola de Verão de Química porque, diz, que seu conhecimento em química básica estava ruim. “A nossa sala juntou um grupinho e resolveu participar porque no nono ano a gente estudou química por cima só, e a nossa química básica estava muito ruim, aí a gente decidiu fazer isso para não sofrer tanto agora no primeiro ano”.

A estudante do terceiro ano do ensino médio Caroline Gaspar afirma que pretende estudar Direito e ser perita criminal, e se interessou pelo curso de Investigação Criminal oferecido pelo projeto. “No meu caso, o que me interessou foi Investigação Criminal, pelo fato de querer fazer faculdade de Direito para ser perita criminal. Foi interessante o dia que a gente teve uma palestra com um perito criminal para gente saber o que realmente era, no meu caso foi interessante para conhecer mais as áreas, porque eu não sabia que existiam tantas, foi mais conhecimento que eu adquiri a respeito.” A estudante afirma que é incentivada, em sua escola, a gostar de ciência por meio dos laboratórios, feiras de ciência e acompanhamento dos professores.

Para a acadêmica do quarto ano de Química na UFMS e monitora da Escola de Verão, Cristiane Ferreira explica que utiliza experimentos nos cursos como forma de despertar o interesse dos jovens na ciência. “A gente procura trazer bastante experimentos para eles enxergarem [na prática], então acho que é um pouco diferente da sala de aula por isso. E aí pelo menos a impressão que passa é que eles se interessam um pouco mais, lógico que tem uns que você percebe que preferem e gostam, mas quem acha que não tem nada a ver, vê que tem a ver alguma coisa da química com o cotidiano mesmo.”

Para a acadêmica do quarto ano de Química Nayhara Queiroz, falta interesse dos alunos pela área de exatas e ciências, e a Escola de Verão incentiva os jovens a seguir carreira nesta área. “Eu acho que alunos de escolas tanto pública quanto particular não se interessam pela área de exatas, tanto química, física, matemática. Você vê essa área bem defasada, até na universidade, que os cursos de química e física chegam a décima chamada, porque ninguém quer fazer. Então a gente acredita que essa Escola de Verão vai proporcionar a eles um incentivo melhor para querer seguir essa área de ciências e exatas.” Para incentivar os alunos, a acadêmica explica que trouxe experimentos simples com produtos utilizados no dia a dia. 

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