EDUCAÇÃO

Escola Estadual de Campo Grande ganha prêmio internacional

O “Mãos na Massa” foi o único projeto selecionado da região Centro-Oeste entre 213 propostas em todo o país

Beatriz Camargo, Isabelly melo e Natália Oliveira15/03/2018 - 23h16
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A Escola Estadual Maria Constança Barros Machado ganhou neste mês o desafio ‘Aprendizagem Criativa Brasil 2018’, da Fundação Lammen e do Massachusetts Institute of Technology Media Lab. O projeto “Mãos na Massa” é coordenado pela professora de Física, Ellen Barbosa e ensina por meio da culinária matérias como Química, Física, Biologia e Matemática. O projeto foi o único da região Centro-Oeste a ser selecionado. Entre os prêmios, a equipe de alunos e professores recebeu US$ 3.000,00 (9,6 mil reais) para investir nas atividades, e ainda consultoria com os patrocinadores para expansão do projeto, participação no Festival de Inovação e Criatividade da Universidade de São Paulo e uma viagem para Boston, nos Estados Unidos. 

A coordenadora do ‘Mãos na Massa’ e professora de Física na escola, Ellen Barbosa, conheceu o desafio ao procurar projetos de ciência na internet. “Durante a minha pesquisa para orientar os professores, eu descobri o Desafio Aprendizagem Brasil 2018. Comecei a ler sobre o desafio, os objetivos, o edital e achei que fazia todo o sentido inscrever o nosso projeto. Levou umas cinco horas para terminar de preencher todas as questões só que quando eu terminei de preencher, fiquei feliz de ter participado de algo tão legal”. Os projetos só podem ser inscritos no desafio uma única vez.

O ‘Mãos na Massa’ foi criado no ano de 2017, quando a escola entrou para a lista de instituições de ensino estaduais de período integral. Com a mudança na estrutura curricular da escola, houve a implantação de disciplinas de base diversificada. A eletiva, disciplina de livre escolha pelos alunos, está entre as nove matérias acrescentadas. “A ideia de trazer uma eletiva sobre culinária, partiu dos alunos, que demonstraram interesse pelo assunto. Os professores abraçaram a causa comigo de ensinar por meio dela a matemática, por exemplo”.

Este ano, 30 alunos foram selecionados para a disciplina. O processo de seleção ocorreu mediante a entrega de uma carta onde os estudantes responderam de maneira dissertativa a questão: ‘o que te motiva a cozinhar?’. As respostas foram analisadas e as melhores escolhidas pela coordenadora, que utilizou como único critério as respostas apresentadas. 

A professora de Física comenta que no começo das atividades era difícil conseguir parceiros, pois ninguém conhecia o projeto “as pessoas sempre diziam que iam entrar em contato, mas nunca retornavam, aí começamos nós mesmos ensinando para os meninos”. Ellen Barbosa ressalva que quando faltavam os ingredientes, os professores levavam, ou os alunos juntavam o que podiam para fazer as receitas.

O professor de matemática, Alex Walber, é um dos colaboradores do ‘Mãos na Massa’. Ele comenta que o diálogo entre os pais, alunos e representantes da escola ajuda na realização das atividades. Walber também ressalta que os pratos escolhidos fazem, na maioria das vezes, parte do contexto histórico do chef “nós deixamos livres para que a pessoa que venha aqui apresente aquilo que sabe fazer de melhor”. 
 

As alunas Bárbara Alves e Gabryelle Malavazi, 16 e 17 anos respectivamente, são alunas do terceiro ano do ensino médio e fazem parte da disciplina eletiva no período da tarde. Para elas, a disciplina auxilia nas matérias em sala de aula e também na socialização com o grupo. Gabryelle Malavazi diz que com as aulas, perdeu um pouco a timidez e finaliza “me sinto no masterchef”. 


Fotógrafo profissional com especialidade em fotos gastronômicas, Aurélio Marinho é o padrinho do projeto e ajudou os professores no diálogo com os chefs de cozinha da cidade, o que ajudou a população a conhecer melhor o projeto.

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