Estudantes e professores das redes públicas de ensino se reuniram para protestar pela revogação do Novo Ensino Médio. A mobilização, de caráter nacional, aconteceu no dia 15 de março em Campo Grande, a concentração foi na Praça do Rádio Clube e percorreu a avenida Afonso Pena até a Praça Ary Coelho. O Ato em Campo Grande foi organizado pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e por integrantes dos Centros Acadêmicos Organizados (CAO) e teve o apoio da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS).
A atual política do Ensino Médio, Lei 13.415/2017, foi aprovada em 2017 e entrou em vigor em 2022 a partir da regulamentação das novas Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O novo modelo regulamenta o tempo mínimo anual do ensino regular 200 horas a mais que o previsto antes da mudança, de 800 horas passa a ser cobrado 1000 horas, enquanto no ensino integral, o tempo mínimo passou para 4.500 horas anuais. A modificação tem como objetivo padronizar as aulas de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e de Itinerários Formativos. A distribuição curricular do Novo Ensino Médio é de responsabilidade das secretarias estaduais de Educação, que podem reduzir ou até extinguir, em alguns casos, a carga horária de disciplinas como Literatura e Sociologia.
O professor de Literatura da Rede Estadual de Ensino e atual coordenador do Fórum Estadual de Educação, Onivan de Lima relata que as disciplinas do itinerário formativo, como o empreendedorismo e projeto de vida, prejudicam professores e alunos. "Os professores estão perdidos, o que ministrar como empreendedorismo para um aluno de ensino médio? Com esse modelo, os alunos de escola pública não possuem nem chance de chegar ao Ensino Superior”. Segundo Lima, a redução da carga horária das disciplinas consideradas como núcleo comum implicam na construção do senso crítico do aluno.