MULHERES NA COMPUTAÇÃO

Projeto da UFMS incentiva mulheres para a computação

Patrick Alif e Victor Hugo Sanches30/09/2014 - 15h11
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A Faculdade de Computação (FACOM) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) desenvolve projeto para estimular a entrada de mulheres nos cursos da área de computação. O projeto “Conhecendo a computação sem e com o uso do computador” é coordenado pela professora Dra. Luciana Montera Cheng e objetiva atender alunas do 1º e 2º ano do ensino médio da escola pública Blanche dos Santos Pereira.

De acordo com Luciana Cheng, a iniciativa do projeto surgiu em função da baixa procura do público feminino nos cursos dessa área. “No edital que submetemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPQ) para inscrever a proposta, mostra que entre os 60 alunos do curso de Ciências da Computação apenas 10 são mulheres. De maneira geral, as meninas procuram pouco o curso por problemas relacionados a estereótipo e também pelo preconceito com a matemática”.

O planejamento do projeto é dividido em duas etapas. Na primeira parte, que aconteceu no primeiro semestre deste ano, foram desenvolvidas atividades de lógica e raciocínio do livro Sciense Unplugged. Na segunda parte, em andamento, as meninas tem aulas práticas de programação com o uso de computadores.

A estudante do 4º semestre do curso de Ciências da Computação da FACOM na UFMS e bolsista do projeto, Bianca Viera, auxilia Luciana Cheng na orientação e desenvolvimento do trabalho. De acordo com a estudante, o projeto ajuda na aproximação das meninas com a Universidade. “Além de estabelecer o contato das meninas com a computação, o projeto também auxilia na familiarização das garotas com os cursos de ciências exatas e tecnológicas da Universidade”.

De acordo com a estudante e participante do projeto, Larissa Porto, os alunos das escolas públicas tem pouco contato com esse tipo de proposta. “Eu nem sabia que na Universidade tinha esse curso. É algo diferente, que poucas pessoas conhecem.”

Para a professora de tecnologia da Escola Estadual Blanche dos Santos Pereira, Gisele de Paula Giorente, todos as alunos do ensino médio deveriam ter acesso a este tipo de projeto. “Todos os estudantes que querem seguir essa área, deveriam passar por este curso para ter a noção do que será trabalhado depois. Seria ideal mais propostas como esta, para direcionar melhor o aluno na escolha da graduação.”

Mercado feminino na computação

De acordo com a estudante que participa do projeto, Tainá de Alencar Penazzo, as mulheres que ingressam na área da computação, sofrem preconceito. “Nos cursos de Ciências da Computação, existe pouca adesão do público feminino. As pessoas pensam que as mulheres não são desse ramo, mas estão enganadas.”

O proprietário de uma empresa de softwares de Campo Grande, Saulo Arruda, explica que as mulheres sofrem para ingressar no ramo da computação, pelo fato da área ter domínio masculino. “É mais difícil para a mulher entrar em um meio como este, por se tratar de ser predominantemente um mercado masculino. Aqui na nossa empresa temos uma programadora que é uma das melhores profissionais que eu trabalhei até hoje. Então é apenas uma questão de dedicação. A dificuldade é a mesma para homens e mulheres.”

A estudante do 8º semestre do curso de Ciências da Computação, Beatriz Tiosse, afirma que o público feminino da área enfrenta um problema de diferença na remuneração salarial em relação aos homens. “No mercado de trabalho da computação, as mulheres sofrem preconceito salarial. O homem recebe uma remuneração maior pelo mesmo serviço prestado”

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