Audiência Pública na Câmara Municipal de Campo Grande reuniu mães, responsáveis e especialistas em educação especial no último dia cinco de junho para solicitar profissionais especializados que acompanhem crianças e adolescentes com neurodivergência, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), na Rede Municipal de Ensino (Reme). A Audiência Pública debateu ainda a necessidade de realização de um concurso público para educação especial antes de 2024.
A Secretaria Municipal de Educação (Semed) realizou processo seletivo ao final de 2022 para atender os alunos da educação inclusiva em 2023. A Reme possui 3.500 alunos com deficiência matriculados regularmente e mais de um terço desses alunos possuem o Transtorno do Espectro Autista. O número de alunos que precisam de acompanhamento superou a demanda de profissionais qualificados devido a troca contínua de auxiliares pedagógicos especializados.
De acordo com a vice-presidente da Associação de Pais Responsáveis Organizados pelas Pessoas com Deficiência e Transtorno do Espectro Autista (Prodtea), Naína Dibo são 1480 alunos diagnosticados com TEA matriculados na Reme em 2023. Naína Dibo afirma que a troca constante de professores afeta a rotina dos alunos com TEA. Tutores relataram que outra "preocupação" é o período das eleições municipais de 2024, que suspende a realização de concursos para contratação de novos professores para educação inclusiva. A vice-presidente afirma que até a primeira reivindicação realizada pelos professores e responsáveis na Câmara Municipal de Campo Grande, em 23 de maio, 300 alunos estavam afastados das escolas devido a falta de profissionais especializados. “É um dever de toda sociedade, não só do Estado, fazer com que essas crianças tenham direito à socialização".