
O Governo Federal reduziu a transferência de recursos financeiros para o plano de Apoio à Alimentação Escolar na Educação Básica (Pnae) no estado de Mato Grosso do Sul, de acordo com dados do Portal da Transparência. Em 2016, o estado deixou de receber R$ 3.474.497,00 para o Pnae, o equivalente a redução de 20,7%, em relação a 2015. Na capital sul-mato-grossense, a redução foi de 17,4%, um total de R$ 1.662.344,00.
De acordo com a secretária Municipal de Educação, Ilza Mateus de Souza os produtos da merenda escolar para o ano letivo de 2017 foram entregues em todas as 232 unidades da Rede Municipal de Ensino (Reme). Ao todo, serão distribuídos 115 toneladas de alimentos, adquiridos em processos licitatórios de 2016. A quantidade disponível garante o abastecimento da Reme por até dois meses e uma nova licitação para a merenda escolar será necessária. “Para tentar acelerar este processo, nós solicitamos autorização do município de São Paulo para entrar na carona da licitação deles. Entretanto, até agora isso está bem encaminhado, mas não está concluído”.

O orçamento da Reme previsto para os gastos com a alimentação escolar em 2017, é de R$ 21 milhões, e R$ 11 milhões são oriundos do repasse da Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Segundo o diretor do Centro de Educação Infantil (Ceinf), José Ramão Cantero os produtos para alimentação infantil são importantes. Os itens do cardápio foram enviados uma semana antes das aulas da Reme começarem. A distribuição e o preparo destes alimentos serão acompanhados por 19 nutricionistas. São oferecidos 12 itens de alimentos não perecíveis, carnes e 19 variedades de frutas, legumes e verduras. De acordo com ele, o Ceinf oferece 180 vagas em período integral, além de quatro refeições diárias para crianças das creches I e II, e cinco refeições para crianças do berçário. “A gente atende as crianças em turno integral, então ficar na unidade sem esses alimentos não é viável”.
A diarista Rafaela Oliveira, 20, afirma que o problema dos Ceinfs não está relacionado apenas à distribuição da merenda escolar, mas a falta de vagas nas unidades de educação infantil. Rafaela Oliveira procura vaga para a filha de quatro anos em um centro de educação próximo ao bairro onde ela mora, no Jardim das Macaúbas. “Não acho vaga. Ai você vai no colégio, eles te dão o número para você ligar. Você liga e eles não atendem. Ai hoje eu resolvi vir aqui na Semed, né”.
A secretária Municipal de Educação, Ilza Mateus de Souza explica sobre a distribuição de vagas nos Ceinfs de Campo Grande.