EDUCAÇÃO

Mato Grosso do Sul registra queda nos índices educacionais em 2024

Baixa frequência dos alunos na sala de aula, evasão escolar e a pandemia da Covid-19 são fatores que diminuíram os indicadores e afetaram a qualidade de aprendizagem dos alunos nas disciplinas

Ariane Vilharva, Ingrid Protásio, Mariana Pesquero e Pedro Vieira31/08/2024 - 19h42
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Mato Grosso do Sul apresentou, em 2024, índices educacionais abaixo da média nacional nos ensinos fundamental e médio. A baixa frequência dos alunos na sala de aula, a evasão escolar e os impactos da pandemia da Covid-19 foram os motivos do baixo desempenho do estado na educação. A qualidade de aprendizagem dos alunos nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática foi afetada por esses fatores.

Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira (Ideb) indica que, em 2024, Campo Grande obteve a pontuação de 3,8 e ficou na 16ª posição no ranking de qualidade da educação. A meta estabelecida era 4,7. O Ideb é calculado a partir dos dados de aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias de desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que ocorrem a cada dois anos.

Relatório de Resultados do Saeb 2021 identificou queda de 10,4 pontos nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática para os quinto e nono anos do ensino fundamental e para o ensino médio. Mato Grosso do Sul apresentou diminuição em comparação com a edição de 2019, no período pré-pandêmico. As escolas particulares do estado também apresentaram diminuição e não atingiram a meta de 7,2 com nota 5,9.

O secretário de estado de EducaçãoHelio Daher afirma que a baixa frequência dos estudantes nas salas de aula é o principal fator responsável pela queda no nível da educação no estado. Segundo Daher, o programa Busca Ativa Escolar melhora a frequência dos alunos e evita a evasão escolar. “Se tivéssemos a mesma média de aprovação, mantendo a proficiência, com a mesma taxa de fluxo de alunos dos outros estados, estaríamos em sexto lugar no Brasil. Realmente, é o nosso fluxo que mais nos prejudica, e é por isso que estamos focando tanto nele. Esses são alguns dos programas que estamos adotando para reduzir o problema".

Segundo a presidente do Conselho Estadual de EducaçãoCeli Neres o sistema de avaliação que resulta no Ideb é insuficiente para mensurar a qualidade da educação. “É uma única avaliação que avalia algumas competências. São importantes, sim, mas não são as únicas que devem ser levadas em consideração".

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Celi Neres enfatiza a necessidade de reformular a pedagogia para atender às exigências do mundo atual. A presidente do Conselho propõe a implementação de um ensino mais integrado às tecnologias da comunicação, às computacionais e a atividades de acordo com a realidade dos alunos. “Muitas atividades desenvolvidas nas escolas estão ainda muito distantes da realidade em que vivem nossos jovens e crianças".

A psicopedagoga Maria Auxiliadora de Matos explica que a pandemia afetou a qualidade de aprendizagem dos alunos, principalmente em Língua Portuguesa e Matemática. “A pandemia afetou porque ficou um período muito grande estudando por WhatsApp, computador. Então, perdeu esse contato com a matéria, mudou radicalmente a forma de ensino”.

Aluna da Escola Estadual Waldemir Barros da Silva, Laiane Melo, de 17 anos, uma das estudantes que teve seu processo de estudo interrompido pela pandemia da Covid-19. “Prejudicou bastante meus estudos, tive muitas dificuldades nas matérias, principalmente matemática e português. Não conseguia aprender algumas atividades. Normalmente, eu pegava da internet que era mais fácil, não tinha professor para explicar e ficava mais difícil para poder responder a apostila”.
 

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