A taxa de analfabetismo, em Mato Grosso do Sul, da população com 15 anos ou mais diminuiu para 4%. Mato Grosso do Sul tem uma população analfabeta de 85 mil pessoas. O índice de analfabetismo é maior entre a população idosa e apresentou alta entre os anos de 2019 a 2023, com taxa de 13,7% este ano.
Mato Grosso do Sul tem 50 mil pessoas analfabetas entre a faixa etária de 60 anos ou mais. A taxa de mulheres idosas é superior à dos homens, com 14,0%. A população idosa concentra sete mil analfabetos em Campo Grande.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Educação 2022 (PNAD) registra que o analfabetismo está associado à faixa etária, quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos. A psicopedagoga Jacy Tanore Campagna trabalhou com a Educação de Jovens e Adultos (EJA) para pessoas com a faixa etária de 15 a 90 anos. Jacy Tanore Campagna explica que existe uma diferença comportamental entre os estudantes idosos e jovens e é preciso trabalhar de forma mais objetiva com a faixa etária mais velha. “Você está ali e as crianças estão brincando, não estão prestando atenção, o adolescente é a mesma coisa. E o idoso não, o idoso ele está ali para aprender, o sonho deles é aprender ler e escrever”.
Jovina Maria de Araujo relata que voltou a estudar para conseguir assinar o seu nome completo. “Estou começando a querer aprender, formar as letras, mas ainda tenho dificuldades. Não quero desistir fácil. Quero aprender porque é ótimo sabermos um pouquinho da leitura, saber um pouco de conta. É difícil a gente não saber nada”. Jovina Maria de Araujo 85 anos é analfabeta devido à ausência de transporte para a escola, localizada distante de sua moradia.
A professora da Rede Municipal de Ensino (Reme), Deuza Pereira dos Santos explica que começou a alfabetizar sua primeira turma de idosos em 2023, que "o ambiente e o processo de aprendizagem dos idosos é marcado pelo imediatismo e disciplina". Deuza dos Santos destaca que é preciso mais divulgação de programas voltados para a educação da faixa etária com mais de 60 anos e que as ações precisam ser inclusiva para esse público. “O sistema educacional muitas vezes falha e falta divulgação de programas voltados para a alfabetização de idosos. A população idosa tem dificuldade de ler e escrever e não sabem onde e como podem buscar ajuda”.