ENEM

Primeiro dia de prova do Enem teve 26,7% de inscritos ausentes no Mato Grosso do Sul

A prova teve índice de ausência de 26% na modalidade impressa e de 48,4% na digital, em que o candidato realiza o Exame por meio de computadores disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)

Isabella Procópio, Marina Gabriely, Raquel Alves22/11/2021 - 20h42
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O primeiro dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio em Mato Grosso do Sul teve 10.265 inscritos ausentes nas modalidades impressa e digital. A prova ocorreu no último domingo, 21 de novembro. O número de alunos inscritos para o Enem foi de 38.343 e 26,7% se ausentaram no dia da prova. As modalidades impressa e digital foram disponibilizadas para a escolha dos candidatos. Na versão impressa o índice de ausentes foi de 26% e na digital 48,4%. 

A prova foi aplicada em 41 municípios do Estado e 123 locais de aplicação foram disponibilizados. No Mato Grosso do Sul o número de inscritos foi baixo comparado com anos anteriores. O número de participantes em 2020 foi de 82.638 e em 2019 de 70.396. O Estado tem o 11º maior número de ausentes na versão impressa.   

Segundo a professora do curso de Letras da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação (FAALC) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Cleovia Andrade a baixa adesão ao Exame este ano é explicada pela “evasão no ensino médio em virtude da  pandemia da covid-19, as escolas ficaram fechadas por um grande período durante a pandemia, demoraram para se ajustar à modalidade do ensino remoto. As classes econômicas mais pobres foram fortemente afetadas pela falta de recursos tecnológicos para a modalidade do ensino remoto, que por sua vez demonstrou ser pouco efetiva. Os alunos que pediram a isenção da taxa no ano passado, mas não fizeram a prova, não puderam pedir a isenção este ano, o que é um contrasenso, muitos faltaram por estar com sintomas ou com medo de contrair o vírus”.

Primeira Notícia · Professora Cleovia Andrade relata a importância do ENEM

O Enem permite o acesso ao ensino superior como o caso de Geovana Fernandes Lima, 17, que cursa o terceiro ano do ensino médio e busca uma vaga no curso de Psicologia. A estudante esclarece que ficou surpresa com o nível de dificuldade da prova e que tinha grandes expectativas devido a possibilidade de interferência do Governo. “Achei que não caíram os assuntos que geralmente caem em algumas matérias, como história. Além disso, achei os textos das questões maiores e mais cansativos.” Outra participante foi a estudante Michele Fiorato, 34, que quer cursar Medicina.

A professora Cleovia Andrade considera que a intervenção do governo na prova “é preocupante porque fere a autonomia das instituições que preparam o Enem, além disso mostra que o governo tem grande preocupação de impor um determinado viés ideológico, no caso o viés da direita retrógrada. E a interferência de qualquer governo, seja ele de direita ou de esquerda, é uma atitude que deve ser vista como uma ameaça à democracia. A pergunta que se deve fazer é: Esta atitude beneficia quem de fato? As pessoas menos favorecidas ou uma elite retrógrada? Observe que não emprego o termo conservadora, porque o presidente defende questões ideológicas de uma direita retrógrada, nem a elite conservadora tomaria uma atitude desta, creio”.

Serviço

O segundo dia de prova ocorre dia 28 de novembro com perguntas sobre Ciências da Natureza e suas Tecnologias e  Matemática e suas Tecnologias. Os portões abrem 11h e fecham 12h no horário local. A prova terá duração de cinco horas e trinta minutos.

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