EDUCAÇÃO

Professores da Rede Municipal de Ensino aceitam reajuste salarial de 62% até 2024

Ex-prefeito de Campo Grande, Marcos Trad manteve os 62% com reajuste escalonado até 2024 e correção do piso salarial profissional nacional do magistério

Karine Gonçalves, Feyth Jaques e Waldir Rosa 9/04/2022 - 17h41
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Os professores da Rede Municipal de Ensino (Reme) aceitaram o reajuste escalonado de 62% com correção do piso salarial profissional nacional do magistério (PSNP), proposto pelo ex-prefeito Marcos Marcello Trad, após semanas de negociação. O piso salarial dos professores em Campo Grande ficou dois anos sem reajuste. A Lei nº 6.796/2022  foi sancionada pelo ex-prefeito Marcos Marcello Trad no dia 25 de março e estabelece um mínimo de 20 (vinte) horas semanais de trabalho.

O piso salarial dos professores da Reme está em R$2.117,7 e no final do ano de 2022, em R$2.572,94. O piso profissional do magistério no Brasil é de R$3.845,63, previsto nos pela Lei Federal nº 11.738/2008. De acordo com a Lei, este valor é estabelecido para a jornada de, no máximo, 40 (quarenta) horas semanais.

A professora da Rede Municipal de Ensino, Maisa Veiga afirma que participar das paralisações é um dever de todos os sindicalizados. ”Eu participei de quase todas as paralisações do sindicato, por uma questão de consciência de classe e de luta pelos meus direitos”. A professora disse que trabalha na Rede Estadual de Educação durante o período noturno e que por isso deixou de ir a algumas paralisações e manifestações que ocorreram neste turno.

Primeira Notícia · Professora da Rede Municipal, Maisa Veiga destaca o quanto a falta do reajuste prejudica

Maisa Veiga destaca que a Secretaria Municipal de Educação deixa de ter autonomia sobre a dispensa dos professores, quando a classe é convocada pelo Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública porque é um direito do trabalhador. “Dizer que o órgão central permite ir, na verdade ele está apenas cumprindo com o que é posto como direito do trabalhador, em participar das reuniões do seu sindicato". A professora destaca que quando ocorria as paralisações, as horas eram repostas para completar a carga horária dos alunos no final do ano.

A professora de Educação Física, Cissah Almeida relata que desta vez deixou de comparecer nas paralisações, acredita que esses movimentos foram importantes para que houvesse o reajuste. "Especificamente neste ano, depois de muitas lutas e protestos eu acredito que as ações do sindicato foram eficientes a favor dos professores". A professora explica que a demora no concessão do reajuste causou ansiedade. "Como já faz alguns anos de espera do reajuste, ficamos muito cansados de esperar e nada, prejudicou nesta questão de esperar e a ansiedade que aumentou".

O professor e presidente do Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), Lucílio Nobre diz que a presença da categoria foi fundamental para avançar no diálogo e nas tratativas com o prefeito. “Não tivemos nenhuma assembleia com menos de mil professores". Devido à alta demanda de pessoas, muitas vezes ficaram na rua durante as reuniões, pois dentro da sede do sindicato ficava lotado.

Primeira Notícia · O presidente da ACP, Lucílio Nobre aplica as consequências da demora do reajuste

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