O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do do programa “MS Saúde: Mais Saúde, Menos Fila”, realizará cirurgias plásticas reparadoras de mama e orelha para pré-adolescentes e jovens em idade escolar. O objetivo é diminuir a evasão escolar decorrente de episódios de agressões e humilhações ocorridos em salas de aula. O programa disponibilizará 348 vagas de “Cirurgias Preventivas de Bullying” aos alunos da Rede Estadual de Ensino (REE).
O governo, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e Secretaria do Estado de Educação (SED), investiu R$ 45 milhões de recursos próprios e R$ 7,9 milhões de recursos federais em consultas, exames e cirurgias à população de Mato Grosso do Sul. O programa vai encaminhar 30 pessoas em lista de espera para correção de estrabismo. O estado registrou 142 casos de bullying nas escolas, no ano de 2022.
A psicóloga da Secretaria de Atenção a Saúde do Estudante da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Danielle Silveira da Cunha argumenta que o programa adotado pelo governo não está previsto nos procedimentos de combate ao bullying. Segundo a profissional, é necessário estimular o respeito e acolhimento às pessoas, independente da aparência física. “Existem algumas práticas para prevenir o bullying, como já acontece, e as cirurgias plásticas não estão nesse rol de procedimentos. De um modo geral, a Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda cirurgias plásticas para crianças".
A profissional explica que o bullying prejudica o desenvolvimento social na fase da infância e adolescência, em que a socialização é necessária para a aprendizagem dos alunos. A prática desencadeia doenças psicólogicas, como depressão, ansiedade e suicídio. “Para que o bullying não aconteça precisa ter uma cultura de paz onde a gente ensine para as pessoas que elas precisam respeitar o direito das outras, que elas precisam de um ambiente de convívio saudável, independente da aparência do outro”.