EDUCAÇÃO

Enade 2017 indica conceito máximo em quatro cursos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

UFMS apresenta 73,7% de seus cursos com pontuação acima de três

Fernanda Venditte, Julia Renó e Mara Machado13/11/2018 - 02h35
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O Ministério da Educação (Mec) divulgou, no último dia nove de outubro, os resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2017. Os cursos de bacharelado em Ciência da Computação e Sistemas de Informação, e as licenciaturas em Educação Física e Letras Português/Espanhol da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) atingiram nota máxima no Conceito Enade. Todos encontram-se entre os 15 melhores do Brasil no ranking nacional de cursos de Instituições de Educação Superior (IES).

O curso de Letras Português/Espanhol da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação (Faalc) ficou em sexto lugar no ranking nacional. O curso de Sistemas de Informação, do Campus de Três Lagoas (CPTL) classificou-se na 11ª posição. Licenciatura em Educação Física ficou na 12ª colocação e Ciência da Computação em 13º lugar.

Os resultados do exame e o Questionário do Estudante constituem dados para o cálculo do Conceito Enade, do Conceito Preliminar de Curso (CPC) e do Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC), indicadores de qualidade da educação superior. O próximo exame será aplicado pelo Inep no dia 25 de novembro de 2018, em todo o país.

O pró-Reitor de Graduação (Prograd) da UFMS, Ruy Filho explica que a prova utiliza os resultados de compreensão do conhecimento por parte do aluno, para avaliar as condições dos cursos e promover melhorias na formação dos estudantes. “O resultado do Enade leva a repensar como está sendo a formação, desde o projeto pedagógico, desde as ações desenvolvidas no curso, isso é repensado à medida que o resultado não é um resultado satisfatório”.

Para o professor e coordenador dos cursos de Letras da UFMS, Geraldo Martins o exame é uma forma de reconhecimento do trabalho feito nos cursos de graduação. “O Enade tem papel diagnóstico, ele vai mostrar aquilo em que o curso já avançou, mas ele vai mostrar aquilo que o curso também precisa avançar. Além disso, o Enade é um dos componentes de avaliação do Índice Geral de Cursos, que é um dos instrumentos que o Ministério da Educação usa para destinar recursos às instituições públicas e aos cursos”.

O exame é aplicado desde 2004 e avalia o desempenho dos estudantes em seu último ano de graduação a partir de critérios baseados nos conteúdos programáticos, habilidades e competências adquiridas durante a formação. A avaliação é composta, para estas análises, pela prova, pelo Questionário do Estudante, pelo Questionário de Percepção da Prova e pelo Questionário do Coordenador de Curso.

O pró-Reitor de Graduação da UFMS, Ruy Filho ressalta que a última avaliação de alunos dos cursos que fizeram o Enade 2017, foi em 2014 e, nos últimos anos, houve melhora nos resultados das avaliações de cursos da UFMS. "Naquele momento, os cursos com conceito cinco representavam 4,5%, enquanto hoje são 5,3%. Com relação ao conceito quatro, os números passaram de 28,4% para 35,5%. Já com o conceito três, o exame anterior apontava 43,3% dos cursos, número que foi reduzido para 32,9%".

O curso de Letras Português/Inglês, também coordenado por Geraldo Martins, alcançou conceito quatro na avaliação do Mec. O coordenador explica que os resultados fazem parte de um trabalho cotidiano entre docentes e discentes e é importante que os alunos aproveitem os programas de incentivo à pesquisa, ensino e extensão oferecidos pela universidade. “A integração do aluno com a universidade contribui para a identidade dele como acadêmico do curso, mas também como cidadão. Eu acho que as duas coisas se articulam muito bem e, para o curso, isso é fundamental”.

A pró-Reitora de Graduação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Rúbia Marques afirma que a instituição atribui importância aos resultados do Enade e que os alunos são conscientizados sobre a relevância do exame. “Nós entendemos, enquanto universidade, que o estudante precisa estar consciente disso e é algo que a gente vem ano a ano, grupo a grupo tentando desenvolver, conscientizá-los de que a nota, apesar de que não venha no diploma, diz muito a respeito do curso, é aquilo que ele vai levar para vida profissional”.

O coordenador dos cursos de Letras da UFMS, Geraldo Martins ressalva que o êxito neste tipo de exame é benéfico tanto para os cursos, quanto para os alunos. Para ele, o exame demonstra a credibilidade dos cursos. “Junta-se o reconhecimento que vai impactá-lo individualmente, ajudando a ter certeza de que ele fez uma universidade que ofereceu boas condições para um bom curso, e no reconhecimento dele no mercado de trabalho, seja na rede pública , seja na rede particular, seja em outras áreas para as quais o curso de letras também fornece os seus graduados”.

Recusa às avaliações

O Enade é exame obrigatório, realizado em ciclos de até três anos e a situação de regularidade do estudante deve constar em seu histórico escolar. A ausência na prova implica na impossibilidade de colação de grau do aluno. Alguns estudantes contrários ao processo de avaliação, recusam-se a realizar a prova do Enade, por meio de ausência deliberada aos locais de prova ou sem responderem às questões do exame.

O estudante do curso de Direito, Pedro Bastos fará a prova e é contra a obrigatoriedade. Para o acadêmico, os métodos formais de avaliação são importantes, principalmente para qualificar a eficiência do serviço público de educação e não deve ser obrigatório, com penalidade a quem se ausenta do exame. “Eu acho horrível o fato de você ter um requisito de colação de grau, é um requisito inconstitucional e ilegal”.

O pró-Reitor de Graduação da UFMS, Ruy Filho explica que é necessário reivindicar os direitos dentro da Universidade, como a ouvidoria e as coordenações de curso. “A gente promove melhoria do curso mostrando que conseguiu e, ao mesmo tempo, pelos canais adequados para isso”.

Para o coordenador de curso, Geraldo Martins realizar o "boicote" pode ter como consequência a diminuição do investimento no curso. “Os acadêmicos de um curso pensam que, boicotando o Enade, estarão ajudando o curso e a instituição. É um equivoco que eles cometem, por que tende a ser o contrário”.

A estudante de psicologia, Rosângela Cristina Ferreira Barros fará a prova este ano e acredita que o exame é uma possibilidade adequada de avaliar o ensino superior. “Pode ser que dê um bom indicativo de como esses profissionais estão sendo formados e como eles estão saindo da universidade”.

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