O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) divulgou as notas do Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes (Enade), que avalia o desempenho dos estudantes, suas habilidades e competências, em relação ao conteúdo programático do Ensino Superior. A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) registrou três cursos com nota máxima. Engenharia de Produção, campus de Campo Grande, Licenciatura em Matemática, campus de Três Lagoas e Engenharia Florestal, campus de Chapadão do Sul receberam a maior nota, cinco.
A avaliação do INEP foi divulgada em dezembro de 2015, referente aos exames aplicados em 2014. Os cursos que receberam notas entre as faixas cinco e quatro fazem parte do grupo de excelência, estão dispensados de avaliação do Ministério da Educação (MEC) e podem abrir novas vagas. A faixa três é considerada como regular, notas dois e um são consideradas inadequadas. O curso que recebe a nota mínima deve justificar o resultado para o MEC e pode ser impedido de abrir novas vagas.
A estudante de Veterinária, Stéfani Santana, participa do movimento estudantil Rua que atua nas universidades. Ela afirma que nacionalmente o movimento é contra ao Enade e por isso organiza boicotes aos exames. “A proposta do Enade é fazer um ranking das universidades, como se resolvesse o problema da Educação. E as universidades que tiveram baixa pontuação, em vez de receber mais aporte do Governo, recebem penalidades. Acreditamos que o que tinha que ser debatido seriam mais recursos. É necessário reservar os 10% para a Educação e focar na universidade pública, ao invés de investir em universidades particulares. Então, teria que se pensar em investir em assistência estudantil, aumentar concursos para professores, planos de carreira”.
O curso de graduação em Jornalismo da UFMS participou do grupo de cursos avaliados em 2015, que terão o desempenho divulgado no final de 2016. O coordenador do curso, Marcos Paulo da Silva, diz que "o Enade, historicamente, vem sendo fruto de boicotes e críticas dos alunos, que muitas vezes preferem não fazer por não concordar com este tipo de avaliação, mas como quem é avaliado é o curso e não o aluno, o curso pode ser punido por isso". Ele afirma que além da prova há outros indicadores avaliados para a atribuição do Conceito Preliminar do Curso.