A Pró-Reitoria de Gestão e Pessoas (PROGEP) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) promoverá o curso de Introdução à Língua Brasileira de Sinais, LIBRAS, para os servidores da Universidade. A capacitação tem como objetivo ensinar a base da língua de sinais para otimizar o atendimento dos servidores aos deficientes auditivos. O curso ocorre pela terceira vez na Universidade.
A instrutora e intérprete da língua Brasileira de Sinais, Drielle Borges de Calasans Rosa afirma que o intuito não é a fluência à língua, pois isso exigiria o curso completo de Libras, e sim o conhecimento sobre a Lingua Brasileira de Sinais, as noções básicas da gramática e a acessibilidade atitudinal de uma maneira simples em que os servidores consigam entender o essencial para possíveis atendimentos.
O Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, torna obrigatório o ensino da língua brasileira de sinais em alguns cursos de graduação, como Pedagogia e Fonoaudiologia, para formar professores no exercício do magistério em nível médio e superior. O Decreto ainda recomenda a inclusão progressiva nas demais licenciaturas do ensino superior e a obrigatoriedade de que 5% dos servidores saibam o básico de Libras.
Driele Borges trabalha como intérprete de Libras na UFMS dede 2014, sua função é a mediação de surdos-ouvintes, ouvintes-surdos na sala de aula, também exerce a função em eventos, editais e palestras. A tradutora diz que a interpretação exige além do esforço físico, esforço mental. Durante as aulas há a substituição de interpretes a cada 20 minutos. “O tempo em que fazemos o revezamento é para que a qualidade da interpretação não caia e o aluno consiga aproveitar melhor a explanação da aula”
A tradutora Janaina Miron Saraiva Lemes está há três meses na Universidade e traduz algumas aulas com Driele Borges. “Ao mesmo tempo que o professor está falando a gente está ali fazendo a interpretação. Agora conseguimos trabalhar em dupla nas aulas teóricas, o que é muito bom.”
A UFMS teve seu primeiro intérprete em 2014, dois anos depois o primeiro acadêmico surdo ingressou em um curso no Campus de Campo Grande. Segundo dados fornecidos pela Divisão de Acessibilidade e Ação Afirmativa (DIAAF) da Instituição, em Campo Grande possui cinco intérpretes, dois professores e três acadêmicos surdos. No campus de Três Lagoas, há dois professores com deficiência auditiva.
A Universidade desenvolve alguns projetos inclusivos, um deles é o Projeto Trem do Pantanal, realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias, credenciado pela Rede Nacional Leopoldo de Meis de Educação e Ciência: Novos Talentos da Rede Pública – RNEC, em conjunto com o Instituto de Biociências (INBIO).
O projeto visa promover a difusão e popularização de conhecimentos e avanços no meio cientifico com enfoque em doenças infecciosas e parasitárias. Este ano, o Trem do Pantanal teve a participação de uma aluna surda e uma com baixa audição, Regiane Pires da Silva e Kethellyn Mayara Silva. As duas estudam na Escola Estadual Professora Ada Teixeira dos Santos Pereira, em Campo Grande. Essa é a terceira edição do projeto.