REFORMA

Morenão será revitalizado para voltar a receber eventos

Interditado há dois anos, o monumento deve se adequar a padrões de segurança para ser reaberto

Mylena Rocha, Nayla Brisoti e Thayná Oliveira15/08/2016 - 22h50
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O Estádio Pedro Pedrossian, conhecido como Morenão, será reformado para que possa reabrir e receber eventos esportivos novamente.  A proposta da reforma foi feita por meio de uma parceria do Governo Estadual com a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).  O estádio, fechado desde 2014, deve se readequar para atender a padrões de acessibilidade, higiene e segurança.

Segundo o diretor-presidente da Fundação Estadual do Esporte (Fundesporte), Marcelo Miranda, a intenção é que as obras comecem imediatamente, para que a primeira fase possa terminar a tempo do campeonato estadual, em fevereiro de 2017. Ainda segundo ele, as negociações se estendem há mais de um ano, e em julho último a parceria foi oficializada.

A reforma foi dividida em duas etapas, a primeira será de readequação do estádio para atender as normas de segurança e acessibilidade dos torcedores com a estimativa de gastos de 500 mil reais. A segunda, sem previsão de término ou de custos, é a adaptação do estádio para outros usos além do futebol, como a criação de uma pista oficial de atletismo. Segundo Miranda, os campeonatos de futebol duram poucos meses, o que não justifica um gasto desse porte. “Então, nossa preocupação é que o Morenão seja sustentável, que ele seja palco de treinamento de atletismo, de competições de atletismo, de programas sociais, programas de atividade física e saúde para a comunidade para que realmente tenha uma boa utilização, não apenas o futebol”. Ainda segundo o diretor, está confirmada a primeira fase da revitalização, a segunda depende dos custos que ainda não foram calculados.

O coordenador de Operações e Atendimentos à Comunidade, da Pró-reitoria de Infraestrutura (PROINFRA) da UFMS, João Jair Sartorello, afirma que a reforma não terá custo para a universidade. A gestão compartilhada do estádio compreende que a UFMS irá ceder o espaço para eventos, enquanto o governo estadual arca com os custos. Segundo Sartorello, a universidade não perde a autonomia sobre o Morenão. “Não é qualquer evento que será realizado aqui. Se a universidade entender que determinado evento é prejudicial ao estádio, ele não será permitido”.

Atualmente, o estádio é usado para treinamentos de acadêmicos do curso de Educação Física, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e de alguns clubes de futebol profissional. Segundo o coordenador, essas atividades se mantêm após a reativação e a universidade continuará a utilizar as salas do estádio, destinadas a pró-reitorias, projetos de extensão, ensino e pesquisa. A interdição foi estabelecida para eventos de grande porte.

De acordo com o diretor da Fundesporte, com a interdição do Morenão, o único local adequado para a realização de jogos é o estádio Jacques da Luz ou como é conhecido, Estádio das Moreninhas, que não tem um grande público devido ao tamanho e à localização, e isso desmotiva os jogadores.

O assessor do Operário Futebol Clube, Raul Rodrigues, é também fotógrafo de futebol e registrou 535 jogos no Estádio Pedro Pedrossian. Para ele, a reabertura traria motivação aos clubes tradicionais do estado. “Ele é o primeiro grande passo para que o Operário e o Comercial comecem a se preocupar em voltar a ser grande novamente. Mas ser grande sem ter uma casa? Como que você vai abrigar seus amigos?”.

O atletismo do estado também será beneficiado, a reforma prevê a construção de uma pista de atletismo oficial. Segundo Miranda, Mato Grosso do Sul é o único estado sem uma pista para competições e não há condições de receber campeonatos regionais ou estaduais.

O jornalista Arthur Mario, locutor esportivo há 26 anos, acompanhou muitos jogos no estádio e considera a reforma do Morenão um incentivo para os clubes de futebol. “Qualquer povo tem no esporte além da capacidade de identificação a questão de identidade. Como era bom vir ao Morenão e o Operário e o Comercial batendo em um clube grande, a gente participar de um campeonato brasileiro, não esse que está colocado aí, imposto". Assim como Arthur Mario, o fotógrafo Rodrigues destaca que é "apaixonado" pelo estádio e com a reabertura espera trabalhar no local até a aposentadoria. “Quando eu ouvi a palavra demolir o Morenão, eu entrei quase em depressão. Ali eu pretendo me aposentar dentro e oxalá, realizando meu milésimo jogo, se Deus quiser".

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