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Estádio Morenão passa por reformas para o Campeonato Sul-mato-grossense de 2020

Projeto de obras com investimento de aproximadamente R$ 4 milhões foi firmado entre Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Governo do Estado

Guilherme Correia e Izabela Piazza26/09/2019 - 22h18
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A primeira etapa do cronograma de obras estruturais do Estádio Universitário Pedro Pedrossian, o Morenão, tem previsão para ser finalizada até início de novembro. O projeto de revitalização firmado entre Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Governo do Estado, por meio da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), e aprovado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), prevê reformas estruturais do Estádio. A conclusão está prevista para o início do Campeonato Sul-mato-grossense de 2020. O projeto feito pela Agesul junto à Universidade possui investimento de aproximadamente R$ 4 milhões.

A infraestrutura atual do Morenão, inaugurado em 1971, é incapaz de oferecer segurança básica, principalmente pelas arquibancadas deterioradas. A reforma será dividida em etapas, na primeira haverá uma revitalização a curto prazo. A jornalista da Subsecretaria de Comunicação do Estado (Subcom), Katiuscia Fernandes relata que na segunda etapa o Estádio será transformado em uma arena, com o objetivo de sediar jogos nacionais e internacionais e outros eventos, como shows. Após ajustes estruturais até 2020, a proposta será enviada à UFMS para reestruturar o local.

A arquibancada do estádio está impossibilitada de receber torcedores (Foto: Guilherme Correia)

O pró-reitor de Infraestrutura e Administração (Proadi) da UFMS, Augusto Portella explica que inicialmente as obras no Morenão ocorrem nos setores hidráulico, elétrico e de acessibilidade. "O projeto inicial foi elaborado por engenheiros da Agesul, e com os recursos cedidos pelo Governo do Estado. Deve ser finalizado entre a última semana de outubro e a primeira semana de novembro".

Portella ressalta que o Governo do Estado é responsável por licitar e executar o projeto, e deve realizar o pagamento das obras de revitalização sem repasse de verba à UFMS. “Mesmo que consiga ter dinheiro, precisa-se do orçamento, e isso o Governo [Federal] contingenciou. Diante desta dificuldade contábil, o Governo não repassará recursos, mas arcará com as despesas pelo menos desta fase inicial do projeto, visando abrigar os jogos já em 2020”.

O pró-reitor explica que mudanças e adaptações são necessárias para o Estádio, que apresenta falhas na segurança e acessibilidade. “No entorno do campo, nós temos que colocar guarda-corpo, exigências do Corpo de Bombeiros. Trabalharemos com um placar eletrônico e, em uma fase seguinte, a ideia é que se instale cadeiras na área descoberta”.

Portella afirma que melhorias básicas serão realizadas na infraestrutura e até o momento nenhum projeto que permita ao Estádio receber partidas nacionais e internacionais pode ser feito. “O Governo do Estado é um parceiro e tanto nesse sentido. É responsável por fazer o movimento orçamentário-financeiro do projeto. Precisamos de alguns milhões para deixar o Estádio novinho e, de repente, podemos, se conseguirmos apenas parte deste valor”.

O entorno do Estádio está em processo de revitalização. Portella relata que a Universidade tem dificuldades em administrar o Morenão devido ao tamanho e complexidade da estrutura. Ele acredita que o espaço deve se tornar laboratório para os acadêmicos do curso de Educação Física da UFMS com as melhorias. “Assim como temos o laboratório de Química, Física, os alunos de Educação Física também têm, que é o Estádio”.

O engenheiro civil e chefe de Divisão de Reformas da Coordenadoria de Projetos, Obras e Sustentabilidade (CPO) da UFMS, Paulo Ewerton Falco explica que pisos intertravados serão colocados em frente ao Estádio até a entrada da Universidade na reforma externa, com o objetivo de criar um espaço recreativo para integrar os dois locais. Falco afirma que o trânsito de veículos será impedido com a reforma e o transporte público terá acesso ao estádio por meio de trajeto interno. De acordo com ele, o espaço externo também terá piso tátil com sinalização direcional ao estádio. “Vai ser um espaço de convivência mesmo, para eventos, lazer e, futuramente, será implantado um parque de ciência”.

"Calçadão" em frente ao Estádio será espaço recreativo para moradores da região (Foto: Guilherme Correia)

Segundo Falco, o projeto de reforma interna do Estádio está em fase de finalização. “Vai ser a Universidade que vai fazer e o Governo vai licitar e investir o recurso para execução”. O engenheiro civil ressalta que a conclusão dos projetos está prevista para este ano e as obras começarão em 2020. “A gente deve finalizar os projetos até novembro ou dezembro deste ano, mas a licitação e o início das obras só no ano que vem”. 

O engenheiro civil relata que a avaliação do interior e as necessidades de reforma do Estádio foram realizadas. Segundo ele, a equipe de engenheiros da CPO-UFMS elaborou projetos referentes a incêndio, à segurança, aos banheiros e adequação à acessibilidade. “A gente está na fase de levantamento das medidas, dos dados e a elaboração do projeto em si. Onde tem o fosso será protegido e vão ter rampas de acessibilidade. Estamos estudando a possibilidade de ter plataforma para cadeirantes, instalação de hidrantes, sinalização de emergência e todos os equipamentos exigidos”.

Reformas dos entornos do Estádio terão estruturas de acessibilidade e espaço recreativo. (Imagem: CPO-UFMS)

Falco explica que as reformas do Estádio estão incompletas para as partidas do Campeonato Sul-mato-grossense de Futebol 2020. “A reforma completa não estará pronta para esse evento, mas a gente está trabalhando em duas frentes, uma para a liberação do início do ano para os jogos e a versão final, que é a liberação total do estádio”. Ele afirma que o valor da revitalização completa da parte externa é de R$ 933.869,13. 

O presidente do Operário Futebol Clube, Estevão Petrallas explica que a reestruturação será benéfica para os clubes campo-grandenses disputarem o Campeonato Estadual em condições apropriadas. "A gente consegue vislumbrar, em um curto prazo de tempo, a iniciação desta reforma pretendida e que não seja feita por etapas, como todo ano, no qual há aquela 'luta' para ver se reabre o estádio. Acredito que dias melhores virão e espero que o Estádio Pedro Pedrossian volte a ser definitivamente o que já foi em outras épocas".

Petrallas ressalta que a implantação do placar eletrônico no Estádio é necessária para atrair os torcedores. "A modernidade precisa aos poucos ser implantada no Estádio, como assentos individuais, a reforma do placar eletrônico, a retirada ou uma reforma desta pista de atletismo que, hoje, dificilmente é utilizada. A maior parte do estádio não se utiliza mais. Isso tudo virá paulatinamente a partir do momento da licitação e das reformas autorizadas".

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