O piso salarial do jornalista em Mato Grosso do Sul é o mesmo depois de 25 anos. A questão foi um dos temas tratados no debate "A profissionalização do mercado jornalístico sul-mato-grossense nos últimos 25 anos", realizado na Semana de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), que teve a participação do presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröeder, do diretor de jornalismo do SBT/MS, Neri Kaspary, do professor de jornalismo da UFMS, Edson Silva, e como mediador do debate, professor Gerson Luiz Melo Martins, além de alunos e professores.
O professor Edson Silva apresentou um documento de 1989 que especificava o valor do piso salarial para os jornalistas. De acordo com ele, a remuneração não se alterou. "Antes, o piso salarial de redator era o equivalente a 2,25 salários mínimos, e o de um repórter era 2,10. Hoje essa situação não mudou, 2,25 são equivalentes a R$ 1500 para exercer, às vezes, diversas funções".
Na opinião da jornalista, recém-formada na UFMS, Maressa Mendonça, uma das formas de se valorizar o profissional da área é pagar o salário justo e adequado. "Acho que isso não acontece porque geralmente os jornalistas que trabalham em redação gostam muito do que fazem, e têm uma compensação muito grande pelo trabalho produzido. Eles reclamam, mas permanecem no trabalho e denunciam pouco a situação, porque gostam do que fazem".
O presidente da Fenaj, Celso Schröeder ressaltou que o jornalista é o mediador das informações. "Nosso jornalismo ainda é vital, independente de desvios de informação com base em interesses, como a Veja, por exemplo". Segundo ele, o mercado jornalístico também está mais receptivo, com uma demanda maior de profissionais no Estado. "Há 25 anos atrás, não tínhamos três funções, ou seja, não considerávamos profissionais com DRT como cinematográficos, diagramadores, repórteres fotográficos".