O termo fake news foi discutido na Semana de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) como um fenômeno cotidiano que impacta no ensino e na produção jornalística. Acadêmicos, professores e especialistas da área abordaram o assunto que se transformou numa das questões mais mencionadas nas redes sociais e na mídia. A Semana Acadêmica de Jornalismo (Semajor) ocorreu nos dias 25 e 26 de outubro, com o tema “Novas Linguagens, Novos Dilemas”.
O jornalista e diretor da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Marcelo Träsel explica que as fake news se referem a um tipo específico de desinformação, que imita notícias legítimas. Para ele, o uso do termo é contraproducente e inadequado, pois se a informação é ilegítima, desconfigura como notícia. Träsel ressalta que a expressão foi popularizada por pessoas que produzem desinformação como forma de criticar a imprensa de modo geral. “Pessoalmente gosto de usar o termo pseudo-jornalismo, que é algo que tenta se passar por jornalismo, para enganar o leitor, como se fosse uma notícia legítima”.
A checagem de fatos noticiosos possui limitações que dificultam a verificação de desinformação que circula pela internet. Träsel cita a desconfiança generalizada nas instituições jornalísticas tradicionais, a participação de diferentes grupos sociais de forma pública, a polarização política e a comunicação em rede como exemplos desses limites. O jornalista explica que a checagem de fatos nem sempre chega à população. “Uma coisa é checar um boato, outra coisa é ter um razoável grau de certeza de que quem viu o boato, tenha visto também o desmentir”.