CIBERJORNALISMO

Brasileiros priorizam a interação e participação em cibermeios

Pesquisa realizada na UFJF indica que as redes sociais contribuem para a interação entre os jornais e leitores no Brasil

Camila Fernandes e Layane Karrú12/11/2015 - 14h34
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A média de aproveitamento da interatividade em cibermeios varia entre 40,54% e 64,86%, conforme pesquisa realizada com seis portais de notícias brasileiros e portugueses produzida pelo pesquisador da Universidade Federal de Juíz de Fora (UFJF) , Pablo Olímpio Abreu. As redes sociais contribuíram para essa interatividade, constatou o estudo, que ainda aponta que o índice de interação é mediano, mas significativo para o país. Conforme o pesquisador, os brasileiros priorizam a interação e participação e se interessam no envio de informações para serem publicadas nos cibermeios jornalísticos.

O tema também foi apresentado em Campo Grande no 13º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJOR) que aconteceu nos dias 4 a 6 de novembro pela pesquisadora e professora da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Marlise Brenol. Com base na pesquisa "Interatividade em websites de jornais online do Brasil" a professora ressalta os prós e os contras da interatividade proporcionada pela internet. “O ambiente digital nos trouxe mais canais e portas de interatividade. O ônus é que o ódio transita nas redes sociais e em espaços de websites não mediados. O bônus é que muito mais pessoas tem acesso à participação dessa informação. O desafio é conseguir gerenciar essa quantidade de informação e mediação desses ambientes".          

Interatividade x Rede Social

A repórter do portal de notícias Campo Grande News, Liana Feitosa destaca a importância da interatividade dos leitores. “É por meio da interação que a gente pode saber o que afeta a vida das pessoas. Se fazemos jornalismo para as pessoas precisamos saber o que elas têm a dizer e de que forma podemos ajudá-las com nossas matérias e entrevistas”. A jornalista ainda caracteriza a interação do público com o jornal como um medidor das necessidades sociais. “É um espelho que reflete as expectativas e realidades".

O leitor do Campo Grande News, Fernando Batista costuma sugerir pautas à redação. "Eu me sinto um membro ativo da sociedade civil tanto ao sugerir pautas, quanto ao discutir nos comentários". O estudante do Ensino Médio, Gabriel Morente prefere ler textos em jornais online pela praticidade. “Vivemos na era da inovação. Hoje ainda existem pessoas que gostam do bom e velho jornal de papel, mas tenho certeza que um dia ele será substituído pela web”. Segundo ele a internet chegou para facilitar as coisas. "Dois cliques e eu já posso saber o que acontece no mundo todo”.

Por outro lado, a estudante de curso pré-vestibular, Mayara Ferreira Silva tem preferência por jornais impressos. “A leitura é bem mais agradável, eu não gosto de ler pela internet”. Ela acredita que o impresso não perderá espaço. “O jornal online é muito bom, mas eu acredito que não substitua o impresso”.

Segundo o editor do portal de notícias O Estado, Carlos Henrique Wilhelms, a empresa investiu há um ano no portal de internet e tem tido bons resultados. “Eu vejo que a interatividade é uma grande aliada entre a empresa e o consumidor de notícias e também muito benéfica para o leitor opinar, criticar e elogiar, mas, em contrapartida, a interatividade pode ser usada pelo leitor de uma forma equivocada nas redes sociais”.

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