O Simpósio de Ciberjornalismo, promovido pelo Grupo de Pesquisa na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), se consolidou, em 2014, como evento internacional. A quinta edição, que aconteceu entre os dias 27 e 29 de agosto em Campo Grande (MS), teve a participação do professor e vice-reitor da Universidade Beira-Interior Dr. João Canavilhas, membro da conferência de abertura, e da professora da Universidad Santiago de Chile, Dra. Claudia Mellado, que encerrou as atividades com o debate “Cibercultura e Ciberjornalismo: aproximações e distanciamentos”.
João Canavilhas, que ganhou reconhecimento pelo conceito “pirâmide deitada”, uma alternativa na construção do texto jornalístico para cibermeios, destacou a internacionalização do Simpósio por ser um campo de discussões e troca de conhecimentos. “O evento permite trazer diferentes visões do tema. É um salto às experiências. E durante três dias, os especialistas presentes voltaram seus olhos à ele”. O jornalista disse ainda que é uma oportunidade sair do eixo tradicional de pesquisa e conhecer lugares que também possuem estudos na área. “O imaginário do Brasil no exterior é São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte. Ao chegar em Campo Grande, temos uma realidade diferente. Descobrimos a força do Grupo de Pesquisa em Ciberjornalismo (CiberJor/UFMS) e percebemos a visibilidade da universidade, da região, dos seus alunos”.
O Simpósio recebeu 175 inscrições neste ano, dos mais diferentes pontos do Brasil e do exterior. Participaram acadêmicos, profissionais e pessoas interessadas pelo tema “Big Data, Interface e Sociedade Digital”. A portuguesa e estudante de jornalismo da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) Renata Trinca, 19 anos, soube do evento pela divulgação em sua faculdade, e buscou participar. “É sempre interessante aprofundar conhecimento, principalmente com relação às novas tecnologias no trabalho do comunicador. Foi uma boa chance de aprender como os palestrantes, e espero estar presente nas outras edições”.
No Brasil e no mundo
Existem quatro eventos de ciberjornalismo reconhecidos por sua importância, na cidade de Porto, em Portugal; Bilbao, na Espanha; em Austin, no estado norte-americano do Texas; e na cidade de Rosário, na Argentina. O quinto é no Brasil, em Campo Grande (MS). O Simpósio Internacional de Ciberjornalismo é, no país, o único com esta denominação.
A estudante de mestrado em Comunicação da UFMS, Catarine Sturza é integrante do Grupo de Pesquisa em Ciberjornalismo (CiberJor) que organiza o evento, desde 2008. Ela participou de todas as edições desde seu surgimento, em 2008. “Começou como uma palestra, com o jornalista Marcos Palácios. Em seguida, o evento virou simpósio”. O caráter internacional aconteceu por uma videoconferência com o jornalista espanhol Mario Tascón, fundador do diário El Mundo, e com o professor da Universidade do Texas (EUA) Dr. Rosental Alves, na segunda edição do Simpósio, em 2010. “Não deu muito certo, mas o grupo decidiu continuar a levantar nomes internacionais. Entramos em contato com cada um, e os que vieram aceitaram o convite”.
A edição deste ano, de número cinco, teve os apoios da Capes, Fundect e do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Catarine Sturza avalia positivamente, uma vez que garante aos participantes um evento de qualidade com a vinda de palestrantes de referência. “É único para quem gosta da área, seja daqui ou de fora, poder prestigiar e ter contato com essas autoridades internacionais”. Desde a criação do Simpósio, seis especialistas internacionais em ciberjornalismo marcaram presença, como os pesquisadores Mario Tascón, Dr. Rosental Alves, Dr. Angel Rodriguez Bravo, Gumersindo Lafuente, Dr. João Canavilhas e Dra. Claudia Mellado.
O professor português e vice-reitor da Universidade Beira-Interior Dr. João Canavilhas explicou a importância do Simpósio para discussão do jornalismo na Internet, principalmente nos dispositivos móveis.