Pesquisadores de cibercultura e ciberjornalismo estiveram reunidos durante a programação do 5º Simpósio de Internacional Ciberjornalismo para debater as influências da tecnologia na atuação e formação jornalística.
Cibercultura, termo cunhado por Pierre Lévy, é definido pelo filósofo como a "interconexão mundial de computadores que forma grande rede", em outras palavras, a cultura das conexões virtuais e do grande processamento de informações.
O professor e pesquisador da Universidade Federal do Espírito Santo, Edgar Rebouças e destacou a importância do jornalista como mediador de qualidade de toda informação produzida. Para ele, as tecnologias e a consolidação da cibercultura trazem o desafio de ampliar a formação jornalística, com produções de caráter interpretativo e mais complexo.
Coordenador do Observatório de Mídia da UFES, Rebouças considera que o ciberjornalista precisa ir além do que foi definido como desejo da audiência. “A internet não tem espaço definido, porque não produzir textos mais longos com analises mais complexas? Essa pirâmide invertida precisa ser derrubada, transformada em losango e precisamos pular lá de cima."
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A professora e pesquisa de cibercultura pela Universidade de Brasília, Thaïs de Mendonça Jorge avalia que a informação é vital. Ela acredita que o momento é de mudanças, mas não de desespero. "O desafio do ciberjornalista é se reinventar para estar em todos os dispositivos que surgirão". Jorge lembra também que a adaptação aos dispositivos móveis e a infinidade de possibilidades que eles trouxeram, transformaram o hábitos humanos. "O ato de digitar é muito mais rápido, que o de escrever mecanicamente, com isso o raciocínio também é diferente, mas direto."
Pesquisadora da Universidade de Santiago de Chile, Claudia Mellado defende que um dos campos a que os ciberjornalistas precisam estar atentos é o de processamento de dados. De acordo com a pesquisadora faltam profissionais capacitados para trabalhar com grande fluxo de dados, algo natural na cibercultura. "Por aversão a números, ou por falta de interesse mesmo, o fato é que há poucos profissionais capacitados para isso.” Para ela as possibilidades de cruzamentos de informações técnicas e matemáticas poderia contribuir infinitamente para a complexidade e acuracidade da atividade jornalistica.
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