MEIO AMBIENTE

Campo Grande é a capital que menos desperdiça água potável na rede de distribuição

Cidade é a primeira do país a utilizar tecnologia israelense para auxiliar no diagnóstico de perdas superficiais e subterrâneas

JOSÉ CÂMARA, MARIANA MOREIRA E RAFAELA MOREIRA 5/11/2019 - 00h47
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O ranking do saneamento básico feito pelo Instituto Trata Brasil aponta que Campo Grande fornece água tratada e encanada a 98,48% da população do município e é a capital que menos desperdiça água potável durante distribuição. De acordo com os dados do Instituto, 19,38% da água distribuída é desperdiçada durante o sistema de distribuição. Campo Grande também está na sexta posição entre as capitais brasileiras presentes nos rankings de “atendimento total de água” e “atendimento total de esgoto”.

O sistema de distribuição deve levar a água encanada dentro das condições sanitárias exigidas até os pontos de consumo. Cerca de 80,60% das residências e comércios de Campo Grande possuem tratamento de esgoto. O Centro-Oeste é a região do Brasil que menos desperdiça água potável no sistema de distribuição, cerca de 34,14%. 

De acordo com o engenheiro sanitarista Aroldo Ferreira Galvão todos os processos necessários para enviar água de qualidade à população faz parte do saneamento básico, pois garantem melhor condição de vida a população e auxiliam o meio ambiente. “A água e esgoto tratado é essencial para que haja uma sociedade saudável, equilibrada e com uma expectativa de vida melhor”. 

Galvão explica que a água contém diversos componentes que provêm do ambiente natural ou foram introduzidos a partir de atividades humanas e por isso existem parâmetros para identificar a condição da água. “A qualidade da água no Brasil é medida com base em uma portaria do Ministério da Saúde que estabelece os padrões da água, seja físico, químico ou bacteriológico. Essa portaria existe e é renovada constantemente para estar em conformidade com as normas que existem, pois causa um impacto importante para a saúde”.

O engenheiro ambiental e coordenador de operação da Águas Guariroba, Ronaldo Batista ressalta que os investimentos no saneamento básico da capital representam melhorias diretas para a saúde da população. “Quando você investe um real na parte de saneamento básico, na água potável e esgoto, é como se investíssemos R$ 4 na saúde da população, evitamos doenças e os índices de contaminação caem”.

As perdas de água representam a diferença entre o volume de água disponibilizado para o abastecimento público e o volume utilizado pela população. Para Batista, o uso da tecnologia israelense por meio de softwares justifica os baixos índices de desperdício de água potável na capital. “Nós usamos equipamentos israelenses que nos mostram um histórico e perfil de cada região e quando ele sai desse perfil, a nossa central de controle é alertada e uma equipe de campo é deslocada para checar o possível vazamento”. 

Os aparelhos israelenses como o software TaKaDu  e a instalação de válvulas redutoras de pressão (VRP) permitem o monitoramento de problemas na rede pública de água, como queda ou alta de pressão, vazamentos invisíveis e desabastecimentos. O software recebe dados históricos e cadastro georreferenciado sobre a localização das redes de água em cada região da cidade. Os trabalhos de monitoramento e prevenção integram o Programa de Redução de Perdas (PRP) da concessionária que tem objetivo de garantir melhor regularidade no fornecimento e conservação da água.

A auxiliar administrativa Indianara Dutra armazena água da chuva para limpar o quintal, lavar a calçada e o carro, e molhar as plantas. “A princípio nós tivemos essa ideia para reduzir as despesas. Vimos nessa oportunidade uma forma de economizar água e pensar no meio ambiente. A atitude foi eficaz e hoje enxergamos o tanto de água que desperdiçamos”. 

Indianara Dutra consome água direto da torneira, ela tem o hábito de cozinhar, beber e utilizar água encanada nas atividades diárias. “Eu não vejo problema nenhum em utilizar água direto da torneira. Eu sei da procedência do produto e não deixo de consumir por isso. Cozinho, bebo e consumo numa boa água direto da torneira”.

A professora Kátia Pesqueira consome água direto da torneira em sua residência, e relata que no seu trabalho a prática é mantida. "Na escola em que eu trabalho, todas as crianças fazem uso da mesma água sem prejuízo nenhum à saúde". Para ela é essencial que a população se preocupe com a preservação do meio ambiente e de recursos naturais como a água. "As pessoas precisam ter um cuidado para preservar essa água que chega direto em nossas casas, é essencial por exemplo, que as caixas d'água sejam mantidas tampadas e limpas para que o consumo seja realizado sem preocupação".

A pedagoga Claudia Santos prefere consumir água de filtro de barro ou purificadores, ela afirma que isso evita o surgimento de inúmeras doenças, que podem ser causados pelo consumo de água da torneira. Ela opta por utilizar água da torneira em atividades diárias da casa, como lavar o quintal e regar as plantas. “Beber água é fundamental, por isso sempre prefiro que seja de qualidade para o bem estar da minha família". 

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