O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) lança neste mês projeto que pretende diminuir o número de atropelamentos de animais silvestres nas vias urbanas de Campo Grande. O “Projeto Quapivara” recebeu cerca de 40 denúncias desde o começo de outubro, quando foi divulgado. O programa recebe registros de animais silvestres em trânsito nas vias urbanas da cidade.
Segundo a autora do projeto, procuradora de Justiça, Marigô Regina Bittar Bezerra a iniciativa foi motivada pela falta de dados de animais atropelados na cidade e pelo grande número de ocorrências que teve conhecimento. “Nós tivemos essa iniciativa porque não tínhamos nenhum dado e em razão dos constantes atropelamentos ocorridos. ”
A procuradora afirma que o projeto também quer atender outros animais além dos quatis e capivaras, que são os mais comuns. O projeto, divulgado em outubro, disponibilizou um número de celular, chamado de “Quatizap”, para o recebimento de registros de animais atropelados. Segundo Bittar, foi registrado atropelamentos de animais como preás, gambás, cobras, macacos e até veados, além de quatis e capivaras.
Segundo a assessora de imprensa do Ministério Público, Waleria Leite o mapeamento dos locais mais comuns de travessia de animais e de atropelamentos, é por meio das informações coletadas pelo número de telefone do projeto. “Todo esse trabalho que eles estão fazendo agora é para coletar dados que eles ainda não têm. Eles sabem que existe o problema, existe a situação, mas a busca é de coletar esses dados. Eles fizeram esse projeto para que as pessoas mandem essas fotografias, informem o que está acontecendo, para que o Ministério Público consiga dar andamento nesse trabalho. ”
Os locais com as maiores incidências de atropelamentos acontece no Parque dos Poderes, em torno do Parque das Nações Indígenas, Parque do Sóter e também na região do Lago do Amor e até rua Spipe Calarge. O projeto também tem parceria com a Policia Militar Ambiental (PMA), a Agencia Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e do curso de Biologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
O tenente coronel da PMA, Ednilson Queiroz aponta que o projeto é essencial para prevenção. Em razão disso precisa produzir dados, e sugeriu um telefone com o aplicativo WhatsApp para que as pessoas possam fazer as denúncias dos locais de atropelamentos.
Outro projeto realizado pela PMA é o Projeto Florestinha que trabalha com crianças nas escolas e destaca a importância da educação ambiental. Segundo Queiroz, um dos trabalhos mais importantes do projeto, é promover a discussão de atropelamento de animais, a caça ilegal e esclarecer o porquê dos animais habitarem na região urbana.
O professor do curso de Biologia da UFMS, Luiz Gustavo Santos também é parceiro do projeto Quapivara. Santos atua no Laboratório de Ecologia e possui uma pesquisa de monitoramento de capivaras por meio de GPS nos centros urbanos.
Segundo o professor, a parceria começou pela semelhança de interesses com o projeto do MPMS, que é prevenir os atropelamentos na cidade para beneficiar tanto os animais, quanto a população. Santos afirma que além do serviço de denúncia por meio do telefone do Ministério Público, o monitoramento dos animais feitos por GPS e o fornecimento desses dados para o projeto são informações de coleta de dados.
Santos reitera que o impacto ambiental causado pelos atropelamentos é negativo para a população. Segundo ele, os carrapatos que estão nas capivaras vão para outros animais e até mesmo para os humanos. “Muitas pessoas vão caminhar nos parques justamente porque a capivara é um atrativo. As pessoas gostam de estar perto das capivaras, as crianças gostam de ver os animais. Então quando a gente perde esses bichos a gente perde um pouco de qualidade de vida como cidadão dentro de um grande centro urbano. ”
Serviço
Para fazer uma denúncia de atropelamento ou registrar algum animal nas vias urbanas da cidade, entre em contato com Ministério Público de Mato Grosso do Sul por meio do "Quatizap" com foto e localização: (67) 984-782-014