Mobilidade urbana é problema frequente para população de Campo Grande

15/12/2013 - 18h53
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[caption id="attachment_6692" align="alignright" width="175"]30_11_2013_10_43_16 Trânsito no cruzamento entre a Avenida Afonso Pena e a Rua 13 de Maio. Imagem: Izabela Sanchez[/caption] Dados divulgados pelo Departamento Estadual de Trânsito, o Detran de Mato Grosso do Sul, indicam que o número de veículos que circulam no estado cresceu 120% em comparação com o ano de 2012. Só em Campo Grande foram registrados 929.239. O aumento desse número fez com que a cidade tivesse que repensar a organização do trânsito e da mobilidade. A logística que envolve a mobilidade de uma cidade grande tem sido um dos pontos debatidos no espaço público. O Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC 2, incluiu Campo Grande na programação específica do Mobilidade Grandes Cidades. Segundo o chefe da divisão de transportes da Agência municipal de transporte e trânsito, Agetran, Lúcio Maciel, os projetos estão aprovados e esperam a fase de implementação. O orçamento prevê 59 milhões de reais de fundo municipal e 120,3 milhões provenientes da Caixa Federal. A verba ainda não foi disponibilizada. Os projetos do PAC 2 consistem na Reestruturação do Sistema Integrado de Transporte e na Modernização do Sistema Integrado de Transporte. Conforme Lúcio Maciel, “os terminais já foram implantados há algum tempo, mas a cidade cresceu. Campo Grande tem lacunas, como a própria UCDB, que é uma universidade grande na cidade e que não tem vias pra chegar até lá. A cidade se aproximou do seu primeiro milhão de habitantes e passou a ter demandas na questão do transporte coletivo e de trânsito, peculiares”. Ainda segundo ele, a modernização do sistema de transporte público analisa o que está previsto de acordo com o crescimento da cidade, pois as áreas de maior crescimento possuem maiores demandas. É o caso da saída para a cidade de Cuiabá, Mato Grosso, com o novo Shopping, e da saída para São Paulo, do lado oposto. Lúcio Maciel afirma que com o shopping a cidade passa a crescer mais rapidamente naquela direção, o que faz com que as linhas de transporte público tenham que ser modificadas, além de proporcionar serviços auxiliares como de táxi e moto táxi. Na saída para São Paulo, existem planos para que se construa um viaduto. Não há previsão para a entrega da obra. Uma questão de educação Para a chefe da Divisão de Educação para o Trânsito da Agetran, Ivanise Rotta, a mobilidade também depende do uso consciente do espaço público para a questões que envolvem o trânsito. São os projetos integrados, que tem entre seus parceiros, ONGs internacionais e a população, que promovem o melhor uso desses espaços. Para que a mobilidade funcione, ela defende que é preciso haver a colaboração com os outros órgãos, como os que promovem as reformas e reconstruções das vias. “A educação no trânsito tem que vir junto com as reformas de estrutura, porque para poder respeitar essas regras, a cidade tem que estar bem sinalizada. Nós temos um problema particular em Campo Grande, que são as placas de grau técnico. Essas placas precisam ser trocadas aos poucos. As novas que forem implantadas tem que ter um grau de alta intensidade ou grau diamante por causa da visibilidade”, afirma ela. https://soundcloud.com/izasanchez/entrevista-ivanise-rotta Conheça os projetos de educação para o trânsito No que concerne às grandes cidades, muitas discussões envolvem projetos que construam uma cidade sustentável em seus sistemas de trânsito e transporte. O estudante de jornalismo, Everson Tavares, acredita que o transporte alternativo é uma boa escolha. “Transporte público em Campo Grande é sinônimo de atraso. Principalmente em horário de pico. Os carros são práticos e confortáveis, mas já passei por apuros. Hoje estava indo para o trabalho de carona e uma pessoa em faixa dupla fez a gente perder um tempo precioso. De bicicleta, por exemplo isso não acontece, as ciclovias dão muita agilidade". Ele explica que o problema é a falta de respeito dos outros motoristas. “Ninguém considera a bicicleta um veículo”, diz ele. “Para piorar, o circuito de ciclovia não é integrado ao transporte público e não existe programa de aluguel de bicicletas. Ela é o veículo mais rápido e econômico, mas em Campo Grande também é o que tem menor infraestrutura.”, afirma. Na opinião da estudante de Medicina Veterinária, Laís Manteiga, o fluxo do trânsito em Campo Grande se tornou muito lento devido ao aumento do número de carros. Por precisar de comodidade e rapidez para chegar aos locais, ela optou pelo transporte privado. Lúcio Maciel explica que para atrair os cidadãos para outras alternativas, não adianta ter somente uma capacidade persuasiva, de convencer que o transporte coletivo, por exemplo, polui menos e que pela quantidade faz com que o trânsito flua melhor. Segundo ele o poder público tem que ter a capacidade de prestar um serviço ágil e de qualidade. “Para que isso aconteça tem que efetivamente fazer com que o poder público cobre das empresas e consiga fiscalizar para que o valor que elas cobram seja efetivamente aplicado”. https://soundcloud.com/izasanchez/entrevista-l-cio-maciel   Isabela Sanchez 
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