Músicos investem em estúdios e produção musical em Campo Grande

16/07/2013 - 18h49
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[caption id="" align="aligncenter" width="504"] Músicos investem em estúdios para aprimorar produção musical no Estado.[/caption] Nomes como o de Luan Santana e Michel Teló reforçaram a característica sertaneja da música de Mato Grosso do Sul.  Além do reconhecimento individual destes artistas, os sucessos produzidos no estado evidenciaram o processo criativo como um todo e o trabalho realizado em estúdios por profissionais daqui. Jovens artistas da capital investem cada vez mais em aparelhos e capacitação profissional para oferecer gravações, mixagens e produções de alta qualidade na capital, com o intuito de diminuir a procura por estes serviços em outros estados. Fabio Adames Coimbra, 23, é formado em direito, mas não chegou a exercer a profissão porque naquele momento, a música ocupava a maior parte do seu tempo. Em parceria com o amigo Bruno Kuni, Adames  disse que “a gente tocava há bastante tempo na Delay, e com essa coisa de divulgar na internet, nós começamos a por alguns vídeos no Youtube. Depois teve o lance da VS (Versionalize) também, que tinha muitas visualizações foi um negócio que rolou pra caramba pra gente” afirma o músico". A grande quantidade de acessos que o canal no YouTube da dupla tinha atraiu os olhares da produção do apresentador Raul Gil. Os músicos foram convidados a participar de um concurso em que foram vencedores pela escolha do público. Adames ressalta a importância da internet, outra tendência no meio musical que tem alavancado artistas por todo o mundo.“Eram duas gravações de disco que estavam sendo oferecidas: uma por escolha dos jurados e outra através da votação dos espectadores. A gente mexia bastante com isso [internet], sempre postava novidades e conteúdo da banda em redes sociais, então ajudou bastante nesse prêmio” ressalta. [caption id="" align="alignright" width="378"] Investir em equipamentos e profissionalização tem ajudado produtores a serem reconhecidos nacionalmente[/caption] O resultado do concurso veio no momento em que Fabio Adames e Bruno Kuni deram uma pausa no projeto. O prêmio foi dividido entre os dois, e ofereceu o capital necessário para que ele pudesse abrir o Estúdio O2. Com conhecimento adquirido em cursos de produção musical em São Paulo e Curitiba, Adames é hoje uma referência fora do estado. Atualmente ele produz, a distância, um disco para uma cantora de Santa Catarina, e é muito procurado para a gravação de artistas sertanejos tanto de Campo Grande como de outras regiões do país. "O meu medo é ficar preso a um estilo. Eu gosto pra caramba de coisas diferentes e estou produzindo material de diversos estilos musicais”. Cansado da rotina de shows e viagens que tinha como músico, o produtor se diz realizado nesta nova função, e conseguiu assim realizar o sonho de viver de música. [caption id="" align="alignleft" width="251"] Fabio Adames no momento de mixagem da música de um cliente.[/caption] Até pouco tempo, grande parte dos músicos em Campo Grande dependia apenas de gravações caseiras, ou opções que tinham um custo muito elevado. Um rumo comum a vários deles era São Paulo, onde a indústria fonográfica é muito desenvolvida e oferece ótimos profissionais para mixagem e produção de discos. Desde a popularizaçãodo chamado "sertanejo universitário", os estúdios musicais se multiplicaram na tentativa de encurtar este trajeto até a finalização de uma canção, ao tirar proveito também da busca por músicos do estado, que estão mais valorizados. Como destaca Fábio Adames, muitas pessoas vêm para Campo Grande atrás dos instrumentistas locais, que possuem no currículo trabalhos com grandes nomes da música brasileira como Michel Teló ou Munhoz & Mariano. Outro exemplo bem sucedido com estúdios é o guitarrista Caue Gutierrez Camargo. Músico desde os 15 anos de idade, Gutierrez sempre se interessou por todos os processos que envolvem a gravação de uma música. “Trabalhei muito em estúdios antes de começar a tocar profissionalmente na noite.Eu já fui músico de apoio em estúdios também, e tudo isso me deu uma bagagem muito boa para trabalhar com gravações” relata. Hoje, aos 23, Gutierrez acaba de inaugurar o Estúdio Manhattan, empreendimento próprio que está com várias produções agendadas e em andamento. Com a ajuda de seu pai, o rapaz realiza uma série de reformas na residência alugada para fazer o isolamento acústico de dois cômodos. “Uma banda de Death Metal paulista passou quatro dias gravando aqui no estúdio. Pra esses sons mais pesados eu tenho que garantir que o som não vai vazar e incomodar os vizinhos” brinca o músico. Para ele, este mercado ainda tem muito espaço para crescer na cidade, mas que boas oportunidades estão disponíveis para bons profissionais. João Marcelo Sanches (Repórter) Gustavo Arakaki (Fotógrafo) Gabriel Cabral (Editor) Clayton Ambrosio (Editor)
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